Migração de Sistemas: O que é e como funciona?

Wagner Hörlle • December 9, 2021

O que é migração de TI?

A migração em TI, pode ser definida como o processo de transferência de software ou de dados, de um sistema para outro. Um projeto de migração de TI, é capaz de abranger mais de uma forma de movimentação, podendo incluir em um único projeto a migração de dados, de aplicações, de sistema operacional e de nuvem.

Os projetos de migração de TI normalmente, abarcam diversos requisitos e partes móveis, que são bastante específicas e oriundas das particularidades e necessidade de cada empresa.

Os projetos de migração de TI mais comuns são:

  • Melhorias ou atualizações de sistema operacional, ou de uma aplicação;
  • Transferência de dados de uma categoria de banco de dados para outro;
  • Substituição de um sistema de armazenamento de dados por outro;
  • Movimentação de uma infraestrutura on-premise para uma infraestrutura em nuvem;
  • Substituição de aplicações monolíticas por serviços conteinerizados.

O que é migração de sistemas?

A migração de sistemas é entendida como o processo de transferência ou deslocamento, de informações que estão em uma base, denominada “base de origem” para um novo ambiente, que é chamado de “base de destino”.

Para realizar a migração dos dados de forma correta, é fundamental conhecer o sistema atual e tudo que ele disponibiliza, incluindo suas funções indispensáveis e principalmente, os motivos e limitações que levaram a empresa a buscar pela migração desse sistema.

Além disso, realizar uma análise prévia, sobre como os dados estão organizados na base atual e quais são os objetivos e melhorias que se esperam com essa migração, são questões importantes de serem levantadas. Para que os próximos passos da transferência, possam acontecer de forma assertiva e para que a escolha do novo sistema atenda às necessidades da empresa.

A migração de sistema é um processo que exige muita atenção e cuidado por parte dos profissionais, pois, normalmente envolvem muitas pessoas, sendo fundamental que todos estejam alinhados com o processo e com os seus objetivos.

Quando e por que realizar a migração de sistema?

Os sistemas são desenvolvidos com o objetivo de otimizar tarefas e apresentar resultados mais significativos, para uma ampla variedade de atividades. Os motivos que levam a um processo de migração podem ser diversos e o momento para realizar essa migração, deve ser muito bem avaliado. É indispensável, que a empresa tenha clareza em relação à motivação do processo e qual seria o momento mais adequado para realizá-lo. Pois, se trata de um processo bastante trabalhoso e que exige uma equipe de TI atualizada e com os conhecimentos técnicos consolidados. Abaixo, iremos listar os principais motivos que levam as empresas a realizar a migração de sistema:

  • Necessidade de implementação de novas tecnologias;
  • Identificação de tecnologias já existentes que necessitam de atualização;
  • Sistema atual com capacidade inferior à necessidade da empresa;
  • Estratégias de fortalecimento do poder competitivo da empresa;
  • Necessidade de atender às transformações digitais do mercado;
  • Quando ocorre a fusão de empresas e os sistemas precisam ser integrados;
  • Quando a empresa ou negócio passa por uma reestruturação;
  • Diante de sistemas obsoletos que já não atendem as necessidades da empresa;
  • Quando as necessidades operacionais da empresa já não são supridas pelo atual sistema.

Quando algum dos itens acima for identificado, é um sinal importante de que a migração de sistema deve ser considerada pela equipe de TI e pela empresa como um todo. Pois, são características que se não forem observadas e alteradas tendem a gerar um grande desgaste para os profissionais que utilizam o sistema e prejuízos financeiros significativos para a empresa.

É possível realizar a migração de sistemas sem perder o histórico de dados?

Essa é uma pergunta frequente entre os gestores e líderes de empresas e uma preocupação importante das equipes de TI. A resposta para essa pergunta é: Sim! É possível realizar a migração de sistema sem perder o histórico de dados, mas, se trata de um processo bastante complexo, que exige muita atenção e cautela, e precisa ser realizado da forma mais adequada e segura possível.

Para que o processo de migração seja capaz de garantir que os dados já existentes sejam preservados, é necessário que a equipe responsável pela transferência das informações, elabore um planejamento detalhado das ações a serem realizadas, e atuem com base nos resultados do mapeamento dos riscos do projeto, garantindo assim, que nenhuma informação se perca e que a metodologia adotada esteja de acordo com os objetivos estabelecidos.

Além disso, é fundamental que os profissionais envolvidos no projeto de migração sejam capacitados e tenham experiência na área. Essas características podem até parecer genéricas, mas são aspectos decisivos para que o processo seja assertivo e seguro.

O que é o plano de migração de sistemas e, porque ele é importante para o meu projeto?

O plano de migração de sistemas é o conjunto de documentos que descreve o planejamento do processo de migração e de como e quais informações serão transferidas para a nova base. Cada etapa desse processo deve estar devidamente detalhada no plano, de modo que permita que as variáveis sejam analisadas e definidas com propriedade e segurança.

Abaixo iremos listar os principais elementos que devem constar em um plano de migração de sistema:

  • Objetivos;
  • Cronograma exequível;
  • Avaliação de valores e custos;
  • Relação dos principais riscos da operação;
  • Definição do método a ser utilizado;
  • Listagem dos recursos necessários para a execução do projeto;
  • Requisitos técnicos dos profissionais envolvidos e das ferramentas que serão utilizadas;
  • Definição das regras de negócio;
  • Especificação dos resultados esperados ao final do processo de migração.

A elaboração e organização do plano de migração de sistema permite que o projeto esteja suficientemente estruturado e com condições de reduzir a incidência de erros, de riscos e de gastos desnecessários. Empresas que optam por realizar a migração de sistemas sem planejamento, tendem a encontrar muitas dificuldades durante todo o processo e podem gerar danos graves ao projeto, como a perda do histórico de dados do sistema de origem.

Principais desafios da migração de sistemas

Os desafios presentes nos processos de migração de sistemas estão diretamente ligados as características e particularidades de cada projeto. Porém, existem dois elementos que são bastante comuns nesses processos e são considerados como empecilhos que desafiam os profissionais responsáveis pela migração, são eles: o tratamento adequado dos dados e a resistência das equipes diante das mudanças realizadas pela empresa.

O tratamento dos dados para a adaptação à nova base de dados é uma etapa complexa e se não realizada corretamente pode gerar falhas na correspondência das informações de uma base para outra, comprometendo os resultados do projeto e gerando mais custos para a empresa. Uma forma de reduzir os riscos de correspondência e de minimizar os problemas que envolvem os formatos dos dados que serão migrados, é através da realização de testes.

Já a resistência da equipe aos processos de mudança,é algo relativamente normal nos projetos de tecnologia, pois tendem a causar impactos na rotina de execução de tarefas e modificar a forma como as ações realizadas. Para superar esse desafio, é altamente recomendável que os principais usuários do sistema sejam consultados e dentro do possível, participem da construção do projeto de migração, pois, é capaz de estimular a colaboração entre os profissionais e equipes e facilitar a implementação de novos recursos.

Migração de sistemas para nuvem

A migração de sistemas para a nuvem significa realizar a alteração de sistemas de data centers tradicionais on-premise para ambientes de nuvem, ou também, a migração de um ambiente de nuvem para outro.A migração para nuvem é uma forte tendência no mercado de tecnologia, pois se apresenta como solução eficaz para o armazenamento, processamento, gerenciamento e análise dos dados.

Uma forma de realizar a migração de sistemas em nuvem é através, da contratação de uma empresa, que já possua todos os servidores e processadores necessários para um projeto de migração. Essa opção tem atraído diversas empresas, devido à possibilidade de economia com equipamentos, e a praticidade de acesso dos dados.

Outra possibilidade de migração em nuvem,envolve a criação de uma nuvem híbrida, onde as aplicações e dados podem escalar em diversas infraestruturas e incorpora algum nível de portabilidade, combinação e gerenciamento de cargas de informações entre dois ou mais ambientes, podendo agregar também, uma nuvem pública. Entre os principais atrativos dessa modalidade está a facilidade de escalabilidade e a redução dos gastos com o projeto.

Já os provedores de nuvem pública oferecem uma gama de recursos virtuais e dispõe de uma infraestrutura munida por uma interface de autosserviço. E se apresenta como uma alternativa simples e prática, pois, permite que as cargas de trabalho sejam escalonadas de forma horizontal.

De maneira geral, as nuvens públicas compõem uma mistura heterogênea de ambientes, proporcionando mais segurança e melhor desempenho, além, de redução de custos e maior disponibilidade de acesso a infraestruturas, serviços e aplicações.

Abaixo, iremos listar os 3 principais elementos de um processo migração de nuvem exitoso. São eles:

1. Mapeamento do caminho, onde é realizada análise da atual infraestrutura e aplicações;

2. Execução experimental através de um piloto, onde o novo ambiente é testado, com o objetivo de assegurar que o mesmo é capaz de cumprir com os requisitos;

3. E por fim, a realização da migração efetiva, onde as cargas de trabalho existentes são transferidas para o novo ambiente.

Migração de dados em 7 etapas

Como já foi apontado anteriormente, a migração de dados consiste na movimentação dos dados de uma forma de armazenamento para outra. Normalmente, a ação de migração de dados, costuma ser realizada como parte um processo de atualizações e melhorias, que visam aumentar a capacidade de armazenamento, assim como, o melhoramento do desempenho, a redução dos custos, a diminuição das áreas físicas e a inclusão de novas funcionalidades.

Os processos de migração de dados podem envolver a movimentação de grandes quantidades de dados em uma rede ou a transferência física de agrupamentos. Esses processos sempre serão diferentes um do outro, pois, dependem da quantidade de dados envolvidos, da qualidade e velocidade de conclusão, dos tipos de cargas e dos cuidados necessários para garantir a segurança da migração.

Comumente, os dados são migrados de duas maneiras diferentes. Podendo ser através da migração online, onde os dados são transferidos através da internet ou por uma rede privada, ou de forma offline, onde os dados são movimentados através de um dispositivo físico de armazenamento, para outro ambiente.

Abaixo, iremos listar os 7 passos necessários para a realização de um processo de migração exitoso:

Etapa 1: planejamento

O primeiro passo para realizar o planejamento de um processo de migração, envolve a compreensão dos motivos e necessidades que resultaram na decisão de migração, assim como, a definição dos objetivos que pretendem ser atingidos com essa mudança.

O passo seguinte, consiste no levantamento dos dados que serão transferidos, a definição do ambiente para onde eles serão movimentados e como eles serão organizados e distribuídos na nova base.

Para que o planejamento para migração de dados seja realizado de forma mais abrangente possível, é recomendado a realização de entrevistas com os profissionais e gestores da empresa, onde se possa explicitar o maior número de detalhes sobre os dados, incluindo informações referentes a forma como eles vêm sendo coletados e monitorados pela instituição.

A migração desses pode ser realizada de duas maneiras distintas. A primeira é denominada como Turn Key , que se refere ao processo de migração de dados realizado de uma única vez. Esse tipo de migração, atrai muitas equipes, pois permite a redução do tempo do projeto, porém, envolve riscos maiores. A segunda forma de migração, é aquela que é realizada em etapas, onde os dados são transferidos em fases, tornando o processo mais lento, porém mais seguro.

Independente da maneira escolhida para realizar a migração, o período de planejamento é essencial para que o processo ocorra de forma segura satisfatória, e pode levar um tempo considerável até que os profissionais responsáveis compreendam as reais necessidades e objetivos da empresa com a migração.

Etapa 2: mapeamento dos dados e definição da estratégia

A segunda etapa do processo de migração se refere ao momento de mapeamento e análise dos dados, que também é conhecida como walkthrough. A partir desse evento, será possível criar um roteiro de execução de procedimentos e verificar qual estratégia melhor se adapta ao processo e aos objetivos a serem alcançados.

Em relação à definição de estratégias, elas podem ser aplicadas para diversas ações, tais como:  definição de todo o escopo, identificação de riscos, definição de práticas de execução, seleção das melhores metodologias e tecnologias para o processo de transferência dos dados, identificação de gaps e eleição das ferramentas que serão utilizadas na migração.

Outro aspecto importante de ser realizado durante o processo de mapeamento e definição de estratégia, é conhecido como Kick-off , que nada mais é, que uma reunião onde todos os envolvidos no planejamento para migração de dados, tem espaço para contribuir com informações a respeito dos objetivos, limitações, recursos, cronogramas e prazos do projeto.

Etapa 3: definição de ferramentas e responsabilidades

Essa etapa pode ser realizada em conjunto com a etapa anterior, mas é importante destacá-la, pois nem todos os profissionais têm clareza quanto a função da empresa responsável pelo planejamento do processo de migração. É atribuição dessa empresa, realizar a definição de quais serão as metodologias e recursos utilizados no processo.

Recomenda-se fortemente, que a definição das ferramentas, leve em consideração a integridade e segurança dos dados. E que as responsabilidades atribuídas à equipe e aos profissionais, sejam capazes de garantir que o processo de migração seja realizado conforme o planejado.

Etapa 4: preparação dos colaboradores para o processo de migração

O processo de migração de dados, para além de um desafio técnico, pode se apresentar como um empecilho na cultura da empresa, e gerar descontentamento em parte dos colaboradores. Por isso, é preciso importante que ocorra a preparação desses profissionais para o processo de migração, pois assim, será possível evitar situações de resistência as mudanças de rotinas referentes as interações com os sistemas.

Uma forma de garantir que os colabores estejam preparados paras as alterações, é através do processo de migração por etapas. Pois, dessa forma, é possível dispor de mais tempo para a realização de treinamentos e qualificações dos colaboradores.

Mesmo que a sua empresa opte por uma migração única, é fundamental que e que a ocorra a comunicação entre os colaboradores e que a empresa, seja clara ao sinalizar os avanços tecnológicos que irão ocorrer e como a migração pode beneficiar o trabalho dos profissionais e sua qualificação, visto que estarão aprendendo a trabalhar com ferramentais atualizadas e com maior valor de mercado. Além disso, é importante que as equipes estejam alinhadas e que todos estejam caminhando para o mesmo objetivo.

Etapa 5: implementação e desenvolvimento

Com base em todas as informações coletas e a partir das definições realizadas anteriormente, a quinta etapa se refere a fase de implementação da migração de dados. Nesta etapa, serão construídas as soluções necessárias processo, assim como, a transferência propriamente dita dos dados.

Etapa 6: período de revisões e testes

A sexta etapa corresponde ao período estabelecido em cronograma para a revisão e testagem da migração.  Os testes são fundamentais para que se garanta que o processo aconteceu de forma correta e que não apresenta falhas. Os testes a serem realizados, podem ser diversos e devem ser escolhidos de acordo com os objetivos e o planejamento elaborado anteriormente. Entre os principais tipos de testes, podemos citar: low volume test , full volume test e dress rehearsal.

Etapa 7: desativação do sistema antigo

Chegamos à etapa final do processo de migração, e nesse momento a transferência dos dados está completada e já foi validada. Então, chegamos ao momento de desativar o antigo sistema. Após isso, o projeto poderá ser concluído e a empresa poderá utilizar o novo sistema, através de seus colaboradores previamente treinados.

Dicas práticas para otimizar o processo de migração

  • Profissionais capacitados e experientes;
  • Planejamento;
  • Ferramentas atualizadas e que ofereçam os recursos necessários para a execução do projeto;
  • Atenção e cuidado ao definir o sistema de destino;
  • Utilização de softwares de agrupamento para realizar o gerenciamento do negócio;
  • Integração de informações

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ROI sem mágica: como mostrar valor Se o conteúdo que você vai produzir não ajudar o leitor a justificar investimento, ele vira inspiração bonita e morre na gaveta. O ponto não é prometer “revolução”. É mostrar como medir ganhos reais. Um modelo simples funciona bem para PMEs: Você estima o tempo que está sendo gasto em atividades repetitivas e com retrabalho. Você transforma isso em custo (tempo x custo/hora). Você soma impactos de qualidade (erros, retrabalho, atrasos) e impactos de negócio (atendimento mais lento, proposta que demora, perda de oportunidade). E então você compara isso com o custo de adoção: ferramenta, implantação, treinamento e o mínimo de governança. O segredo do ROI responsável é não esconder custo “invisível”. Porque, em ambiente crítico, o custo invisível vira o mais caro: retrabalho, incidentes, perda de confiança, ruído entre áreas, risco de vazamento, desgaste da equipe. Quando você apresenta o ROI dessa forma, a conversa sai do “vamos usar IA porque todo mundo usa” e entra no “vamos usar IA onde faz sentido e onde conseguimos controlar”. Cultura digital: o motor que mantém a IA útil depois do encanto inicial Aqui é onde muita empresa erra. Ela acredita que IA é uma mudança de ferramenta. Na prática, é uma mudança de comportamento. Sem cultura digital, acontecem dois extremos igualmente ruins. No primeiro, a empresa reage com resistência. Ninguém usa, porque “isso vai dar problema”, “isso é modinha”, “isso não é para nós”. O resultado é ficar para trás — e continuar sobrecarregado. No segundo, a empresa vira anarquia. Cada um usa do seu jeito, do seu lugar, para o seu objetivo. O resultado é o risco espalhado — e uma operação inconsistente. Cultura digital madura é equilíbrio: autonomia com responsabilidade. E isso se constrói com coisas simples: exemplos aprovados, boas práticas claras, treinamento leve e constante, e alinhamento entre áreas. Não é um grande evento. É rotina. Uma boa prática é criar um “playbook” curto de uso, com exemplos do que pode e do que não pode, e um repertório de modelos prontos para cada área. Quando você entrega o caminho, você reduz improviso. E improviso é o que mais dói em prazo curto. O que não se deve fazer Se você vai escrever um conteúdo responsável, precisa dizer com clareza onde não começar. Não comece automatizando decisões de alto impacto sem revisão humana. Não comece colocando dados sensíveis em ferramentas sem regra e sem controle. Não comece conectando automações direto em sistemas críticos sem pensar em rollback, validação e exceções. E não comece tratando a IA como fonte final de verdade. Esses “nãos” não existem para travar inovação. Eles existem para proteger a operação e permitir que a IA vire aliada, não risco. Conclusão Sim, PMEs tendem a adotar IA com velocidade. E isso pode ser uma vantagem brutal, especialmente quando o time é enxuto e a demanda só cresce. Mas em ambientes críticos, velocidade sem responsabilidade é só uma forma diferente de atraso, já que mais cedo ou mais tarde o custo aparece. O caminho mais sólido é simples de entender: começar por casos de uso seguros, estabelecer um mínimo de regras, melhorar processos e comunicação, respeitar o legado e criar cultura digital para sustentar a evolução. Isso transforma IA de “atalho” em capacidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post! Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados ! Para saber mais sobre as soluções que a CSP Tech oferece, acesse: www.csptech.com.br .
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