De datasets a data products: como monetizar ativos de informação na prática

Romildo Burguez • July 24, 2025

Imagine um depósito abarrotado de caixas valiosas, mas fechadas. Dentro delas estão anos de pedidos, medições de máquinas, histórico de manutenção, preferências de clientes. Tudo isso custa para ser armazenado, mas não coloca um centavo novo no caixa. Foi assim que dados corporativos se tornaram, ao longo do tempo, um “ativo invisível”: caros de manter, difíceis de vender. A boa notícia? Hoje existe maturidade tecnológica, modelos de negócio testados e, sobretudo, demanda. Empresas dispostas a pagar por informações que encurtem seus próprios ciclos de decisão. 


Monetização de dados deixou de ser um tema restrito a gigantes da internet. Fabricantes de aço, distribuidoras de energia, operadoras de logística — qualquer organização que opere sob processos complexos e produza grandes volumes de informação pode transformar esse “peso morto” em nova linha de receita. Mas não basta “abrir planilhas” e cobrar assinatura. É preciso estruturar, empacotar e ofertar valor de forma que o mercado compreenda e confie. 


Nesse post, você vai conhecer um roteiro prático, comprovado em empresas que faturam centenas de milhões de reais e operam sob SLAs rigorosos, para transformar bases históricas em produtos de dados geradores de receita — sem sobrecarregar a TI nem colocar risco jurídico sobre a mesa. 


Quer saber como? Continue a leitura! 


Por que monetizar dados virou prioridade

 

A margem que encolhe 


Empresas consolidadas sentem a pressão de margens cada vez mais apertadas. Competidores globais, custos de matéria-prima e expectativa do cliente por respostas imediatas comprimem lucros. Transformar dados em produto não depende de novas fábricas nem de grandes contratações. É escala digital, de custo incremental baixo e receita recorrente. 


Demanda aquecida do lado de fora 


Startups, bancos, seguradoras e até órgãos públicos buscam informação confiável para alimentar seus algoritmos de risco, previsão de demanda ou manutenção preditiva. Comprar dados prontos, com qualidade garantida, sai mais barato do que coletar do zero. 


Ponto de virada regulatório 


No Brasil e no mundo, leis de proteção de dados tornaram-se mais claras. Ao contrário do que parece, isso facilita a monetização: regras objetivas de anonimização, licenciamento e auditoria ampliam a confiança do comprador.


Da montanha de dados ao protótipo de produto 


Comece pelo problema de mercado, não pelo dataset 


Antes de abrir o data lake, converse com possíveis clientes. Que decisão eles precisam tomar mais rápido? Quanto vale para eles reduzir um dia de estoque parado ou prever falha de equipamento? Somente depois mapeie quais tabelas internas podem responder a essa dor. 


Defina o MVP em três perguntas 


Qual insight é entregue?  Ex.: tempo real de temperatura de forno, média semanal ou indicador agregador? 


Em que formato?  API, dashboard embutido ou arquivo mensal? 


Com que garantias? Frequência de atualização, nível de anonimização, suporte. 


Responda a essas questões e você terá um produto mínimo viável de dados  com escopo, preço e público-alvo claros. 


Storytelling de valor 


Mesmo o CIO mais técnico do comprador quer entender em negócios: redução de custo, abertura de mercado, mitigação de risco. Crie uma narrativa simples que conecte o dado ao resultado. Afinal, ninguém paga por CSV. Paga por ganho mensurável. 


Arquitetura que sustenta (sem implodir a TI) 


Reaproveite o que você já tem 


Se sua empresa roda relatórios diários em um data warehouse, use esse mesmo pipeline como base. Basta adicionar uma camada de API ou streaming em pontos de alto valor. Assim, não se cria projeto paralelo que consome o time enxuto de tecnologia. 


Lakehouse e catalogação 


Convergir dados brutos e modelados em um lakehouse facilita o versionamento, o controle de qualidade e, principalmente, a rastreabilidade exigida pelo comprador. Um catálogo claro de metadados — horário de coleta, unidade de medida, origem — aumenta a confiança e justifica preço premium. 


Segurança por design 


Implemente mascaramento, anonimização e trilhas de auditoria na origem. Evita retrabalho, reduz risco jurídico e serve de argumento de venda: “Nossos dados passam por 30 testes automáticos antes de irem para o cliente.” 


Modelos de receita que funcionam 

Para empresas que nunca venderam dados, combinar primeiro amostra gratuita limitada (por exemplo, 30 dias de defasagem) com plano pago em tempo real reduz barreiras e valida demanda sem grande investimento. 


Embedded analytics: entregando insight, não tabela 


White-label dentro do sistema do cliente 


Usar ferramentas como Power BI Embedded ou Looker permite que sua TI ofereça painéis já prontos que se integram ao ERP, sem obrigar o comprador a mexer em bases cruas. Menos treinamento, mais valor percebido, ciclo de venda mais curto. 


Self-service que desafoga suporte 


Configurar permissões de usuário, filtros de tempo e exportação via API garante que o cliente explore o dado sozinho. Menos “chamados” para TI, mais tempo do seu time focado em evoluir o produto. 


Precificação inteligente: ouro sem tabelas infinitas 


Benchmarks de mercado 


  • Datasets de consumo energético mundial custam entre US$ 2k e US$ 10k por mês em marketplaces internacionais. 
  • APIs logísticas que indicam localização de frota cobram US$ 0,003 por chamada em média. 


Não copie valores, mas use como norte para defender seu pricing no board. 


A régua de valor percebido 


Quanto mais perto da tomada de decisão, maior o preço: 


  • Relato histórico → baixo ticket 
  • Indicador de eficiência → médio 
  • Alerta preditivo em tempo real → alto 


Avalie onde seu produto se encaixa e ajuste a régua conforme maturidade do cliente. 


Governança e conformidade: o selo de confiança 


Políticas transparentes 


Cláusulas claras de uso, limitação de redistribuição e auditoria periódica protegem você e o cliente. Torne-as parte do material de vendas — confiança vende. 


Anonimização e consentimento 


Para dados que envolvam pessoas, “anonimizado” não é suficiente se a granularidade permitir reidentificação. Adote técnicas de differential privacy para agregar ruído estatístico sem perder valor analítico. 


Certificações que abrem portas 


Padrões ISO 27001 ou SOC 2 demonstram maturidade de segurança. Exibir esses selos em landing pages impulsiona a conversão, especialmente com compradores de setores regulados. 


Métricas para acompanhar (e convencer o board) 

Controlar esses indicadores permite ajustes rápidos no roadmap e argumentos sólidos diante de investidores ou diretoria. 


Casos de uso inspiradores 


Logística que vende eficiência a varejistas 


Uma companhia de transportes com frota nacional passou a oferecer, via API, dados de tempo de entrega e estimativa em tempo real. Varejistas pagam assinatura para integrar ao e-commerce e exibir prazos confiáveis ao consumidor.


Resultado: nova receita equivalente a 4% do faturamento tradicional após 18 meses


Indústria que gera predição para fornecedores 


Siderúrgica divulgava apenas relatórios internos de produção. Ao cruzar temperatura de altos-fornos, volume de minério e consumo de carvão, criou painel preditivo de demanda de insumos. Fornecedores pagam assinatura “pro” para planejar estoques e reduzir devoluções. Já nos primeiros seis meses, a siderúrgica recuperou o investimento em infraestrutura. 


Utility que licencia dados para fintechs 


Distribuidora de energia anonimiza perfis de consumo e vende a fintechs que oferecem crédito baseado em gastos mensais dos clientes. Modelo usage-based: fintech paga por consultas efetivas. Transparência na anonymização foi decisiva para aprovação regulatória. 


Passo a passo resumido para pôr em prática 


Identifique a dor externa: converse com possíveis compradores. 


Mapeie o dataset mais aderente: avalie qualidade e frequência. 


Desenhe o MVP de produto de dados: formato, canal, SLA mínimo. 


Implemente governança desde o início: anonimização e contrato claro. 


Escolha modelo de receita: assinatura, uso ou escada freemium. 


Monitore métricas-chave: ARR, custo por terabyte e NPS. 


Itere rápido: melhorias trimestrais com base em feedback real. 


Para que você possa se aprofundar ainda mais, recomendamos também a leitura dos artigos abaixo:   


Produtos digitais como novas fontes de receita: Oportunidade ou risco? 


Desafios na gestão de produtos digitais: como superá-los com estratégias práticas 


Além da operação: como produtos digitais geram novas receitas em setores tradicionais 


Conclusão 


Na economia atual, dados não são mais “subproduto” da operação: são combustível para novas receitas e vantagem competitiva. A monetização de dados exige menos jargão e mais foco em resolver problemas reais de mercado. Com um MVP bem recortado, arquitetura enxuta, modelos de preço inteligentes e governança robusta, sua empresa transforma um passivo caro em um ativo rentável — sem inflar a estrutura de TI nem assumir riscos desnecessários. 


Em vez de manter caixas trancadas, abra-as, organize o conteúdo e ofereça ao mercado como produtos prontos, confiáveis e valiosos. É assim que datasets viram data products  capazes de financiar inovação e sustentar crescimento, mesmo em setores tradicionais. O momento é agora. Afinal, informação parada custa; informação em movimento paga a conta — e ainda traz lucro. 


Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post!  


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Entretanto, é possível adotar IA com responsabilidade, mesmo com rigidez, legado e pouco tempo. Só que o caminho não começa “na ferramenta”. Começa em cultura digital, processo e um conjunto simples de regras. Você não precisa falar difícil para fazer bem feito. Precisa ser claro. Nesse post, vamos transformar o tema em algo aplicável ao seu dia a dia: onde começar, o que evitar, como medir valor e como não quebrar o que já funciona. Continue a leitura para saber mais! A pressa das PMEs faz sentido. O perigo é confundir pressa com atalho. Pequenas e médias empresas se movem por necessidade. Elas não têm cinco camadas de aprovação, nem uma fila infinita de especialistas para absorver demanda. Quando surge um gargalo — seja no atendimento, no financeiro, no comercial ou na gestão de projetos — ele aparece com força. A dor é direta. E a vontade de resolver “para ontem” é legítima. Por isso, a IA entra com facilidade. Ela parece um reforço imediato. Só que em operações sensíveis, essa entrada rápida costuma vir acompanhada de três comportamentos perigosos: O primeiro é a “adoção invisível”. Cada área começa a usar ferramentas por conta própria, sem padrão, sem alinhamento, sem proteção. Parece produtividade, mas, na prática, vira um risco espalhado. É quando a empresa acorda e percebe que informações críticas foram copiadas e coladas em lugares errados — e ninguém sabe ao certo o que foi usado, onde, por quem e para quê. O segundo é a “dependência sem critério”. Em vez de apoiar decisões, a IA começa a influenciar decisões. E como ela fala com confiança, muita gente deixa de questionar. O resultado pode ser um erro bem escrito e muito convincente, indo parar em um e-mail para cliente, numa proposta comercial, numa análise de risco ou num plano de ação. O terceiro é o “atalho que vira dívida”. A empresa economiza tempo hoje, mas cria um problema que custará caro amanhã: processos diferentes em cada área, informações desencontradas, retrabalho, perda de qualidade e uma sensação constante de que a operação ficou mais rápida… porém menos confiável. Se você atua em ambientes críticos, precisa de uma ideia simples para guiar decisões: IA não é só uma ferramenta. É uma capacidade. E capacidade precisa de método. IA operacional vs IA estratégica Aqui está a diferença que separa quem “brinca” de IA de quem realmente melhora a empresa. O uso operacional é quando a IA ajuda em tarefas soltas. Ela escreve um e-mail, organiza um texto, revisa uma mensagem, resume uma reunião, gera ideias para um post, cria um roteiro de apresentação. Isso é útil, sim — e costuma trazer ganhos rápidos. Só que é, principalmente, produtividade individual. O uso estratégico é quando a IA melhora o funcionamento da empresa. Ela reduz gargalos recorrentes, diminui retrabalho, melhora prazos, padroniza comunicação, acelera decisões com mais consistência. Isso acontece quando a IA entra conectada a processo, rotina e medida de resultado. É produtividade organizacional. A pergunta que coloca você no trilho certo é bem objetiva: “Isso vai melhorar a empresa ou só vai deixar alguém mais rápido hoje?” Se a resposta for “só hoje” , tudo bem. Mas trate como experimento controlado. Se a resposta for “vai melhorar a empresa” , então você precisa do mínimo de responsabilidade para a coisa escalar sem quebrar a confiança. Em operação crítica, “começar pequeno” não significa “começar solto” Muita gente ouve “comece pequeno” e traduz como “qualquer um começa de qualquer jeito” . Em ambientes críticos, começar pequeno precisa significar outra coisa: começar seguro , com escopo curto, impacto real e regras simples. 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Apoio ao comercial e ao atendimento com limites claros A IA pode ajudar a estruturar propostas, organizar argumentos, adaptar linguagem. Mas o limite precisa ser inegociável: não alimentar a IA com informações confidenciais ou dados de clientes sem política definida. Dá para fazer bem com modelos prontos e um padrão de conteúdo. Identificação de padrões de retrabalho e gargalos, usando dados não sensíveis Às vezes, o problema não está no “fazer”. Está no “refazer”. A IA pode ajudar a enxergar recorrências: onde mais dá erro, onde mais volta, onde mais trava. Isso orienta melhorias de processo que liberam tempo real. Veja o ponto comum entre todos esses usos: eles começam melhorando comunicação, organização e consistência — sem pedir que você reconstrua o mundo, nem jogue risco para debaixo do tapete. O mínimo de responsabilidade: governança “leve” para não virar caos Se a palavra “governança” te lembra burocracia, pense nela como um conjunto enxuto de regras para evitar problemas previsíveis. Em ambientes críticos, você não precisa de um manual de 200 páginas. Você precisa de um acordo claro e prático, que caiba em uma página e seja fácil de seguir. Esse mínimo costuma incluir quatro coisas. São elas: Classificação simples de informação O time precisa saber o que pode ser usado com IA e o que não pode. Em geral, o que envolve dados pessoais, informações contratuais, números sensíveis, credenciais, dados operacionais críticos ou qualquer conteúdo sigiloso deve ter uma regra expressa. A empresa não pode depender do “bom senso” de cada pessoa quando a pressão do prazo aperta. Controle de acesso Quem pode usar quais ferramentas? Quem pode acessar quais bases? Em muitas empresas, a IA se torna perigosa não por ser “inteligente”, mas por herdar permissões erradas. Se acesso é frouxo, a IA apenas acelera o aperto. Registro do uso em áreas sensíveis Não precisa ser um tribunal. Precisa ser rastreável. Quando algo der errado, você precisa conseguir entender o caminho: o que foi feito, por quem e com qual objetivo. Isso protege a empresa e também protege as pessoas. Revisão humana em pontos críticos Em áreas sensíveis, a IA não pode ser “quem decide”. Ela pode sugerir. Ela pode resumir. Ela pode organizar. Mas decisões que afetam cliente, segurança, risco ou compliance precisam de validação. Isso é maturidade, não desconfiança. O resultado dessa governança leve é simples: você cria segurança para a adoção crescer sem virar “terra de ninguém” — o que costuma acontecer quando a empresa tenta ser moderna… mas esquece que modernidade sem disciplina vira acidente. Legado e integrações frágeis: como evoluir sem quebrar a operação Em ambientes críticos, o legado não é um vilão. Ele é o que mantém a empresa trabalhando. O problema é tratar esse legado como se fosse um aplicativo novo, pronto para integrações perfeitas e mudanças rápidas. Aqui, o caminho mais responsável é reduzir acoplamento. Ou seja: antes de conectar IA diretamente em sistemas críticos, você começa com etapas mais “externas” e controladas. Você melhora a entrada, a organização e a qualidade do que chega no sistema — e só depois mexe no sistema. Pense como uma reforma com a casa em pé: primeiro, você arruma o fluxo, tira o entulho, melhora o acesso, organiza ferramentas, padroniza procedimentos. Só depois você quebra a parede. Uma boa regra prática é: quanto mais crítico o sistema, mais controlada precisa ser a automação . Isso não é medo; é engenharia de confiança. Você pode acelerar o que está antes e depois do sistema sem tocar no coração do legado no primeiro movimento. ROI sem mágica: como mostrar valor Se o conteúdo que você vai produzir não ajudar o leitor a justificar investimento, ele vira inspiração bonita e morre na gaveta. O ponto não é prometer “revolução”. É mostrar como medir ganhos reais. Um modelo simples funciona bem para PMEs: Você estima o tempo que está sendo gasto em atividades repetitivas e com retrabalho. Você transforma isso em custo (tempo x custo/hora). Você soma impactos de qualidade (erros, retrabalho, atrasos) e impactos de negócio (atendimento mais lento, proposta que demora, perda de oportunidade). E então você compara isso com o custo de adoção: ferramenta, implantação, treinamento e o mínimo de governança. O segredo do ROI responsável é não esconder custo “invisível”. Porque, em ambiente crítico, o custo invisível vira o mais caro: retrabalho, incidentes, perda de confiança, ruído entre áreas, risco de vazamento, desgaste da equipe. Quando você apresenta o ROI dessa forma, a conversa sai do “vamos usar IA porque todo mundo usa” e entra no “vamos usar IA onde faz sentido e onde conseguimos controlar”. Cultura digital: o motor que mantém a IA útil depois do encanto inicial Aqui é onde muita empresa erra. Ela acredita que IA é uma mudança de ferramenta. Na prática, é uma mudança de comportamento. Sem cultura digital, acontecem dois extremos igualmente ruins. No primeiro, a empresa reage com resistência. Ninguém usa, porque “isso vai dar problema”, “isso é modinha”, “isso não é para nós”. O resultado é ficar para trás — e continuar sobrecarregado. No segundo, a empresa vira anarquia. Cada um usa do seu jeito, do seu lugar, para o seu objetivo. O resultado é o risco espalhado — e uma operação inconsistente. Cultura digital madura é equilíbrio: autonomia com responsabilidade. E isso se constrói com coisas simples: exemplos aprovados, boas práticas claras, treinamento leve e constante, e alinhamento entre áreas. Não é um grande evento. É rotina. Uma boa prática é criar um “playbook” curto de uso, com exemplos do que pode e do que não pode, e um repertório de modelos prontos para cada área. Quando você entrega o caminho, você reduz improviso. E improviso é o que mais dói em prazo curto. O que não se deve fazer Se você vai escrever um conteúdo responsável, precisa dizer com clareza onde não começar. Não comece automatizando decisões de alto impacto sem revisão humana. Não comece colocando dados sensíveis em ferramentas sem regra e sem controle. Não comece conectando automações direto em sistemas críticos sem pensar em rollback, validação e exceções. E não comece tratando a IA como fonte final de verdade. Esses “nãos” não existem para travar inovação. Eles existem para proteger a operação e permitir que a IA vire aliada, não risco. Conclusão Sim, PMEs tendem a adotar IA com velocidade. E isso pode ser uma vantagem brutal, especialmente quando o time é enxuto e a demanda só cresce. Mas em ambientes críticos, velocidade sem responsabilidade é só uma forma diferente de atraso, já que mais cedo ou mais tarde o custo aparece. O caminho mais sólido é simples de entender: começar por casos de uso seguros, estabelecer um mínimo de regras, melhorar processos e comunicação, respeitar o legado e criar cultura digital para sustentar a evolução. Isso transforma IA de “atalho” em capacidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post! Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados ! Para saber mais sobre as soluções que a CSP Tech oferece, acesse: www.csptech.com.br .
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