Sem estrutura de dados, até o melhor modelo de IA pode causar prejuízos

Romildo Junior • May 23, 2025

Antes de mergulhar de cabeça em iniciativas de IA, é fundamental reconhecer que, sem uma infraestrutura de dados sólida, a promessa da inteligência artificial pode rapidamente se transformar em uma miragem cara. Empresas arriscam perdas financeiras impressionantes — de até US$ 3,1 trilhões por ano apenas nos EUA — quando a baixa qualidade dos dados compromete projetos de IA.  

Analistas chegam a gastar até 80% do seu tempo limpando e organizando dados em vez de extrair insights, e 42% das organizações relatam ter abandonado a maior parte de suas iniciativas de IA devido a obstáculos intransponíveis relacionados a dados. Falhas de grande repercussão, como o acordo de US$ 700 milhões da Equifax após o vazamento de dados e a multa de US$ 877 milhões aplicada à Amazon por violação do GDPR, ilustram os riscos à reputação e à conformidade. Ainda assim, apenas 1% das empresas acredita ter alcançado maturidade em IA , evidenciando um abismo entre ambição e preparo.  

Nesse post, vamos explorar em detalhes o porquê de uma estrutura de dados ser o alicerce de qualquer projeto de IA bem-sucedido, abordando os principais prejuízos associados a dados de baixa qualidade e oferecendo um roteiro prático para avaliar e aprimorar a maturidade de dados da sua empresa antes de acelerar iniciativas de IA. 

Continue a leitura para saber mais! 

Qualidade Dos Dados  

Nas últimas décadas, a inteligência artificial (IA) passou de um conceito futurista para uma força transformadora em todos os setores empresariais. Desde recomendações de produtos personalizados até automação de processos complexos, as possibilidades parecem ilimitadas. Entretanto, essa euforia em torno da IA muitas vezes ofusca um preceito fundamental: sem dados de qualidade, não há IA de qualidade. 

Imagine investir milhões em licenças de software de IA, infraestrutura de nuvem e talentos especializados, apenas para descobrir que seus modelos geram previsões imprecisas ou enviesadas. Esse resultado não apenas desaponta stakeholders como pode causar prejuízos que vão além do financeiro, afetando a reputação, a conformidade regulatória e a confiança do cliente. É esse cenário que precisamos evitar, e a chave para isso é uma infraestrutura de dados robusta e madura. 

A Ilusão dos Ganhos Imediatos com IA  

Hype x Realidade  

O apelo da IA é inegável: promessas de automação de tarefas, insights preditivos e vantagem competitiva. No entanto, 1% das empresas afirmam ter atingido a maturidade em IA, revelando um abismo entre expectativas e capacidade real. Frequentemente, decisões de alto nível são tomadas com base em pilotos superficiais, ignorando a qualidade e disponibilidade dos dados subjacentes. 

Garbage In, Garbage Out  

Modelos de machine learning são tão bons quanto os dados que os alimentam. Sem limpeza, padronização e integração adequadas, corre-se o risco de efeitos perversos: decisões distorcidas, recomendações ineficazes e viés reforçado. Em outras palavras, lançar IA sobre dados brutos é receita certa para frustração e desperdício de recursos. 

O “Preço” de uma Infraestrutura de Dados ruim  

Prejuízos Financeiros Diretos  

Em 2016, a IBM estimou que a má qualidade de dados custa US $3,1 trilhão por ano apenas à economia dos EUA. Para empresas individuais, isso se traduz em gastos diretos com retrabalho, licenças de software subutilizadas e provisionamento de infraestrutura de nuvem sem retorno. Além disso, a Forrester identificou que negócios orientados por insights têm 8,5 vezes mais probabilidade de registrar crescimento de receita de pelo menos 20% do que iniciantes em análise de dados. 

Ineficiências Operacionais  

Dados mostram que 80% do tempo dos analistas é consumido por tarefas de preparação de dados, restando apenas 20% para gerar insights acionáveis. Um estudo do BMLL e da Forrester revelou que equipes gastam até 70% do seu tempo em “munging” e governança de dados , deixando apenas 30% para análises propriamente ditas. Essa ineficiência representa gargalos constantes e atrasos na entrega de projetos. 

Fracasso de Iniciativas de IA  

Segundo a S&P Global Market Intelligence, 42% das empresas tiveram que abandonar a maior parte de suas iniciativas de IA em 2025, um aumento significativo em relação aos 17% do ano anterior. A principal causa? Dados imaturos e pipelines inconsistentes, que inviabilizam a escala e a manutenção de soluções baseadas em IA. 

Riscos Estratégicos e de Reputação  

Erros em análises podem levar a decisões equivocadas, afetando estratégias de produtos, posicionamento no mercado e moral das equipes. Casos como o da Equifax, que pagou US $700 milhões em acordos após vazamento de dados de 147 milhões de clientes, e as multas da Amazon — US$ 877 milhões por violação do GDPR — ilustram o impacto devastador na confiança dos clientes e na imagem corporativa. 

Questões Éticas e de Conformidade  

Modelos treinados em dados enviesados podem amplificar preconceitos, gerando danos éticos e potenciais litígios. Sob o GDPR, reguladores europeus têm assinado multas recordes, reforçando a necessidade de práticas rigorosas de privacidade e governança de dados. Além disso, frameworks como os da Gartner destacam que um programa de qualidade de dados é essencial para mitigar riscos e reduzir custos operacionais. 

Estudos de Caso: Lições de Falhas Reais  

Equifax: Vazamento de dados custam caro  

Em 2017, a Equifax anunciou o vazamento de dados sensíveis de 147 milhões de consumidores. A resposta incluiu um acordo de US $700 milhões para reparação e monitoramento de identidade, sem contar os danos à marca e a perda de credibilidade junto ao público e acionistas. 

Amazon e o GDPR: Um Marco Regulató­r­io  

Em 2021, a Amazon foi multada em US$ 877 milhões por práticas inadequadas de consentimento em publicidade direcionada, a maior penalidade já aplicada até então sob o GDPR. O caso expõe como infrações em privacidade de dados podem resultar em sanções que superam o custo de muitas iniciativas de IA. 

Lições de Melhores Práticas  

Contrastando com esses exemplos, empresas que investiram em data governance e pipelines robustos reportam ciclos de desenvolvimento de IA 25% mais rápidos e redução de retrabalhos em até 50%

Tornando-se Data-Ready: O Caminho para a Maturidade  

Avaliação de Maturidade de Dados  

Utilize modelos como o Gartner Data Maturity Model para mapear sua situação atual em: 

Governança: políticas, papéis e comitês. 

Qualidade: processos de limpeza, padronização e monitoramento contínuo. 

Arquitetura: data warehouses , data lakes , pipelines ETL/ELT. 

Capacitação: ferramentas adequadas e equipes treinadas. 

Projeção de Cenários e Business Case  

Cenário Sem Estrutura: projete custos de retrabalho e penalidades de compliance. Considere o “Data Tax” que consome até 30% do orçamento de projetos de dados. 

Cenário Com Estrutura: estime ganhos de produtividade e ROI—por exemplo, redução de 20% no tempo de análise e de 15% em custos operacionais tangíveis. 

Pilotos Controlados  

Implemente um piloto comparativo: 

Fronte A: IA com dados preparados e pipelines validados. 

Fronte B: IA sem preparação prévia. 

Compare métricas de acurácia, tempo de implementação, custos e satisfação dos usuários. 

Roadmap de Evolução de Dados  

Curto Prazo (0–3 meses): Assessment AS-IS, quick wins em governança e qualidade. 

Médio Prazo (3–9 meses): Implementação de data catalog , automação de testes de qualidade e pipelines básicos. 

Longo Prazo (9–18 meses): Data mesh , MLOps integrado, data observability , e cultura data-driven

Monitoramento Contínuo e MLOps  

Adote práticas de MLOps para controlar versões de modelos, monitorar deriva de dados e medir performance em produção. Ferramentas como MLflow, Kubeflow e soluções nativas de nuvem viabilizam esse ciclo de feedback contínuo. 

Para que você possa se aprofundar ainda mais, recomendamos também a leitura dos artigos abaixo:  

Conclusão

A corrida pela adoção de IA pode provocar decisões precipitadas que, sem um alicerce de dados sólido, resultam em custos exorbitantes, atrasos operacionais, riscos de conformidade e danos à reputação. Contudo, organizações que investem em maturidade de dados extraem o verdadeiro potencial da IA, alcançando vantagens competitivas e um retorno sobre investimento (ROI) real. 

Avalie sua maturidade de dados, projete cenários, e transforme sua infraestrutura de dados em um diferencial estratégico. Assim, você garantirá que a implementação de IA não seja apenas uma promessa empolgante, mas uma fonte de valor concreto para todo o ecossistema empresarial. Lembre-se que sem dados confiáveis, até o melhor modelo de IA é cego. 

Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post!  

Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados !  

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Curva da Demanda por BI: da Pandemia à Maturidade dos Dados
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Entenda como a demanda por BI cresceu após a pandemia, quais barreiras de maturidade persistem e por que muitas empresas ainda não extraem valor real dos dados.
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Você provavelmente já sentiu isso na pele: a operação não espera, o cliente não perdoa, o time está enxuto, o legado “segura o negócio com fita crepe” e boa vontade, e o calendário insiste em ser mais curto do que o bom senso. No meio desse cenário, a inteligência artificial aparece como uma promessa irresistível. Ela escreve, resume, sugere, analisa, responde. Parece uma contratação em massa sem recrutamento, sem onboarding, sem férias. E é exatamente aí que mora o risco. Quando a empresa vive um ambiente crítico — seja por lidar com dados sensíveis, ter integrações frágeis, operar com sistemas antigos ou trabalhar com prazos apertados — a IA pode tanto liberar uma produtividade enorme quanto acelerar erros, vazamentos e decisões ruins com uma velocidade inédita. O problema não é a tecnologia. O problema é a forma como ela entra: como remédio rápido para dor grande, sem o mínimo de disciplina. Entretanto, é possível adotar IA com responsabilidade, mesmo com rigidez, legado e pouco tempo. Só que o caminho não começa “na ferramenta”. Começa em cultura digital, processo e um conjunto simples de regras. Você não precisa falar difícil para fazer bem feito. Precisa ser claro. Nesse post, vamos transformar o tema em algo aplicável ao seu dia a dia: onde começar, o que evitar, como medir valor e como não quebrar o que já funciona. Continue a leitura para saber mais! A pressa das PMEs faz sentido. O perigo é confundir pressa com atalho. Pequenas e médias empresas se movem por necessidade. Elas não têm cinco camadas de aprovação, nem uma fila infinita de especialistas para absorver demanda. Quando surge um gargalo — seja no atendimento, no financeiro, no comercial ou na gestão de projetos — ele aparece com força. A dor é direta. E a vontade de resolver “para ontem” é legítima. Por isso, a IA entra com facilidade. Ela parece um reforço imediato. Só que em operações sensíveis, essa entrada rápida costuma vir acompanhada de três comportamentos perigosos: O primeiro é a “adoção invisível”. Cada área começa a usar ferramentas por conta própria, sem padrão, sem alinhamento, sem proteção. Parece produtividade, mas, na prática, vira um risco espalhado. É quando a empresa acorda e percebe que informações críticas foram copiadas e coladas em lugares errados — e ninguém sabe ao certo o que foi usado, onde, por quem e para quê. O segundo é a “dependência sem critério”. Em vez de apoiar decisões, a IA começa a influenciar decisões. E como ela fala com confiança, muita gente deixa de questionar. O resultado pode ser um erro bem escrito e muito convincente, indo parar em um e-mail para cliente, numa proposta comercial, numa análise de risco ou num plano de ação. O terceiro é o “atalho que vira dívida”. A empresa economiza tempo hoje, mas cria um problema que custará caro amanhã: processos diferentes em cada área, informações desencontradas, retrabalho, perda de qualidade e uma sensação constante de que a operação ficou mais rápida… porém menos confiável. Se você atua em ambientes críticos, precisa de uma ideia simples para guiar decisões: IA não é só uma ferramenta. É uma capacidade. E capacidade precisa de método. IA operacional vs IA estratégica Aqui está a diferença que separa quem “brinca” de IA de quem realmente melhora a empresa. O uso operacional é quando a IA ajuda em tarefas soltas. Ela escreve um e-mail, organiza um texto, revisa uma mensagem, resume uma reunião, gera ideias para um post, cria um roteiro de apresentação. Isso é útil, sim — e costuma trazer ganhos rápidos. Só que é, principalmente, produtividade individual. O uso estratégico é quando a IA melhora o funcionamento da empresa. Ela reduz gargalos recorrentes, diminui retrabalho, melhora prazos, padroniza comunicação, acelera decisões com mais consistência. Isso acontece quando a IA entra conectada a processo, rotina e medida de resultado. É produtividade organizacional. A pergunta que coloca você no trilho certo é bem objetiva: “Isso vai melhorar a empresa ou só vai deixar alguém mais rápido hoje?” Se a resposta for “só hoje” , tudo bem. Mas trate como experimento controlado. Se a resposta for “vai melhorar a empresa” , então você precisa do mínimo de responsabilidade para a coisa escalar sem quebrar a confiança. Em operação crítica, “começar pequeno” não significa “começar solto” Muita gente ouve “comece pequeno” e traduz como “qualquer um começa de qualquer jeito” . Em ambientes críticos, começar pequeno precisa significar outra coisa: começar seguro , com escopo curto, impacto real e regras simples. Pense assim: você quer escolher casos de uso que tragam valor rápido, mas que não exijam mexer no coração frágil das integrações de primeira, nem colocar dados sensíveis em risco . Você quer avançar sem quebrar o que está em produção. A seguir, estão seis pontos de partida que normalmente funcionam bem nesse cenário — e que ajudam a construir confiança. 6 usos iniciais “seguros” para ambientes críticos Resumo e padronização de informações internas. Atas de reunião, planos de ação, registros de decisões, atualizações de status. Aqui a IA vira uma secretária eficiente: organiza, sintetiza e deixa mais claro o que já foi discutido. Desde que você evite conteúdo sensível e tenha revisão humana, o risco é baixo e o ganho costuma ser alto. Documentação e melhoria de procedimentos Em empresas com legado e estruturas rígidas, documentação é ouro — e quase sempre está atrasada. A IA pode ajudar a transformar rascunhos em textos mais claros, sugerir estrutura, padronizar linguagem e identificar lacunas. O segredo é simples: ela não “autoriza”; ela ajuda a escrever. Quem valida é o time. Triagem de demandas e classificação de tickets Antes de automatizar respostas, você pode automatizar organização. Classificar tipos de solicitação, identificar urgência, sugerir responsáveis, apontar provável causa. Isso reduz caos na fila e melhora tempo de resposta sem mexer diretamente em sistemas sensíveis. Base de conhecimento interna com curadoria Em operações corridas, perguntas se repetem: como liberar acesso, como abrir chamado, como registrar incidente, como seguir um procedimento. A IA pode facilitar busca e resposta usando conteúdos aprovados, desde que haja controle de acesso e curadoria. Aqui, o “seguro” não é a tecnologia — é a disciplina de manter a base confiável. Apoio ao comercial e ao atendimento com limites claros A IA pode ajudar a estruturar propostas, organizar argumentos, adaptar linguagem. Mas o limite precisa ser inegociável: não alimentar a IA com informações confidenciais ou dados de clientes sem política definida. Dá para fazer bem com modelos prontos e um padrão de conteúdo. Identificação de padrões de retrabalho e gargalos, usando dados não sensíveis Às vezes, o problema não está no “fazer”. Está no “refazer”. A IA pode ajudar a enxergar recorrências: onde mais dá erro, onde mais volta, onde mais trava. Isso orienta melhorias de processo que liberam tempo real. Veja o ponto comum entre todos esses usos: eles começam melhorando comunicação, organização e consistência — sem pedir que você reconstrua o mundo, nem jogue risco para debaixo do tapete. O mínimo de responsabilidade: governança “leve” para não virar caos Se a palavra “governança” te lembra burocracia, pense nela como um conjunto enxuto de regras para evitar problemas previsíveis. Em ambientes críticos, você não precisa de um manual de 200 páginas. Você precisa de um acordo claro e prático, que caiba em uma página e seja fácil de seguir. Esse mínimo costuma incluir quatro coisas. São elas: Classificação simples de informação O time precisa saber o que pode ser usado com IA e o que não pode. Em geral, o que envolve dados pessoais, informações contratuais, números sensíveis, credenciais, dados operacionais críticos ou qualquer conteúdo sigiloso deve ter uma regra expressa. A empresa não pode depender do “bom senso” de cada pessoa quando a pressão do prazo aperta. Controle de acesso Quem pode usar quais ferramentas? Quem pode acessar quais bases? Em muitas empresas, a IA se torna perigosa não por ser “inteligente”, mas por herdar permissões erradas. Se acesso é frouxo, a IA apenas acelera o aperto. Registro do uso em áreas sensíveis Não precisa ser um tribunal. Precisa ser rastreável. Quando algo der errado, você precisa conseguir entender o caminho: o que foi feito, por quem e com qual objetivo. Isso protege a empresa e também protege as pessoas. Revisão humana em pontos críticos Em áreas sensíveis, a IA não pode ser “quem decide”. Ela pode sugerir. Ela pode resumir. Ela pode organizar. Mas decisões que afetam cliente, segurança, risco ou compliance precisam de validação. Isso é maturidade, não desconfiança. O resultado dessa governança leve é simples: você cria segurança para a adoção crescer sem virar “terra de ninguém” — o que costuma acontecer quando a empresa tenta ser moderna… mas esquece que modernidade sem disciplina vira acidente. Legado e integrações frágeis: como evoluir sem quebrar a operação Em ambientes críticos, o legado não é um vilão. Ele é o que mantém a empresa trabalhando. O problema é tratar esse legado como se fosse um aplicativo novo, pronto para integrações perfeitas e mudanças rápidas. Aqui, o caminho mais responsável é reduzir acoplamento. Ou seja: antes de conectar IA diretamente em sistemas críticos, você começa com etapas mais “externas” e controladas. Você melhora a entrada, a organização e a qualidade do que chega no sistema — e só depois mexe no sistema. Pense como uma reforma com a casa em pé: primeiro, você arruma o fluxo, tira o entulho, melhora o acesso, organiza ferramentas, padroniza procedimentos. Só depois você quebra a parede. Uma boa regra prática é: quanto mais crítico o sistema, mais controlada precisa ser a automação . Isso não é medo; é engenharia de confiança. Você pode acelerar o que está antes e depois do sistema sem tocar no coração do legado no primeiro movimento. ROI sem mágica: como mostrar valor Se o conteúdo que você vai produzir não ajudar o leitor a justificar investimento, ele vira inspiração bonita e morre na gaveta. O ponto não é prometer “revolução”. É mostrar como medir ganhos reais. Um modelo simples funciona bem para PMEs: Você estima o tempo que está sendo gasto em atividades repetitivas e com retrabalho. Você transforma isso em custo (tempo x custo/hora). Você soma impactos de qualidade (erros, retrabalho, atrasos) e impactos de negócio (atendimento mais lento, proposta que demora, perda de oportunidade). E então você compara isso com o custo de adoção: ferramenta, implantação, treinamento e o mínimo de governança. O segredo do ROI responsável é não esconder custo “invisível”. Porque, em ambiente crítico, o custo invisível vira o mais caro: retrabalho, incidentes, perda de confiança, ruído entre áreas, risco de vazamento, desgaste da equipe. Quando você apresenta o ROI dessa forma, a conversa sai do “vamos usar IA porque todo mundo usa” e entra no “vamos usar IA onde faz sentido e onde conseguimos controlar”. Cultura digital: o motor que mantém a IA útil depois do encanto inicial Aqui é onde muita empresa erra. Ela acredita que IA é uma mudança de ferramenta. Na prática, é uma mudança de comportamento. Sem cultura digital, acontecem dois extremos igualmente ruins. No primeiro, a empresa reage com resistência. Ninguém usa, porque “isso vai dar problema”, “isso é modinha”, “isso não é para nós”. O resultado é ficar para trás — e continuar sobrecarregado. No segundo, a empresa vira anarquia. Cada um usa do seu jeito, do seu lugar, para o seu objetivo. O resultado é o risco espalhado — e uma operação inconsistente. Cultura digital madura é equilíbrio: autonomia com responsabilidade. E isso se constrói com coisas simples: exemplos aprovados, boas práticas claras, treinamento leve e constante, e alinhamento entre áreas. Não é um grande evento. É rotina. Uma boa prática é criar um “playbook” curto de uso, com exemplos do que pode e do que não pode, e um repertório de modelos prontos para cada área. Quando você entrega o caminho, você reduz improviso. E improviso é o que mais dói em prazo curto. O que não se deve fazer Se você vai escrever um conteúdo responsável, precisa dizer com clareza onde não começar. Não comece automatizando decisões de alto impacto sem revisão humana. Não comece colocando dados sensíveis em ferramentas sem regra e sem controle. Não comece conectando automações direto em sistemas críticos sem pensar em rollback, validação e exceções. E não comece tratando a IA como fonte final de verdade. Esses “nãos” não existem para travar inovação. Eles existem para proteger a operação e permitir que a IA vire aliada, não risco. Conclusão Sim, PMEs tendem a adotar IA com velocidade. E isso pode ser uma vantagem brutal, especialmente quando o time é enxuto e a demanda só cresce. Mas em ambientes críticos, velocidade sem responsabilidade é só uma forma diferente de atraso, já que mais cedo ou mais tarde o custo aparece. O caminho mais sólido é simples de entender: começar por casos de uso seguros, estabelecer um mínimo de regras, melhorar processos e comunicação, respeitar o legado e criar cultura digital para sustentar a evolução. Isso transforma IA de “atalho” em capacidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post! Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados ! Para saber mais sobre as soluções que a CSP Tech oferece, acesse: www.csptech.com.br .
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