Lean Inception: O que é e como funciona esse método?

Wagner Hörlle • November 11, 2021

Mesmo depois de duas décadas do lançamento do manifesto ágil e dos diversos benefícios trazidos por ele, como a adoção de métodos que permitiram ganhar rapidez e mais assertividade no desenvolvimento dos projetos, muitos deles ainda falham em sua entrega final.

Na utilização de métodos ágeis, os erros acontecem “mais rápido e mais barato”, deixando a possibilidade de redefinir o que não funcionou e buscar soluções de forma mais rápida, o que já é uma grande vantagem frente aos projetos desenvolvidos através dos métodos tradicionais.

Então, a grande questão é como otimizar ainda mais o desenvolvimento dos projetos , trazendo mais eficácia para o produto final?

O Lean Inception veio exatamente para solucionar este problema!

Ao longo deste artigo, você vai entender mais a fundo os conceitos de Lean Inception, quais são as reais vantagens deste método e como implantá-lo em seu próximo projeto.

Uma pequena contextualização: como surgiu o Lean Inception e quais os fundamentos dele?

O Lean Inception é um método de desenvolvimento de projetos ágeis que visa agilizar o processo de entrega do produto, garantindo maior assertividade e qualidade na sua entrega final.

Esta metodologia foi criada por Paulo Caroli, em uma junção de dois conceitos

O Inception do RUP — Rational Unified Process — que se trata da primeira, de quatro etapas deste método.

No modelo RUP na fase de Inception consistia em realizar análises dos objetivos, arquitetura e planejamento do projeto. O que era feito a partir de entrevistas com os Stakeholders inicialmente, mas entre 2006 e 2010, ganhou um foco mais voltado para o usuário final, por influência do Design Thinking e User Centric Design.

Esta fase do projeto costumava durar semanas de reunião — em média de 2 a 4 semanas por inception.

O segundo conceito usado para dar origem ao Lean Inception, vem da obra The Lean StartUp, de Eric Ries: o MVP — Produto Mínimo Viável.

Que, por sua vez, se refere a versão mais simples possível de um produto. Esta versão é utilizada como ferramenta principal na validação das premissas comerciais iniciais e/ou das expectativas colocadas no produto.

O desenvolvimento do MVP permite que seja economizado uma quantidade de tempo e recursos muito grande, lançando um produto mais básico inicialmente, para coletar feedbacks do público e finalizar o desenvolvimento baseado em dados reais e validados.

A partir da análise dos dados colhidos pelo lançamento do MVP será possível verificar, não apenas qual caminho o desenvolvimento do produto deverá seguir para atender as necessidades reais do usuário, mas também se a produção do produto completo realmente vale a pena.

Unindo estes dois conceitos, o objetivo do Lean Inception se foca em fazer o alinhamento no menor tempo possível, centralizado no desenvolvimento do MVP — horas e mais horas economizadas, na criação de “produtos completos”, que acabam com várias funcionalidades não utilizadas pelos usuários.

A estrutura do Lean Inception

O Lean Inception é organizado no formato de um Workshop, que pode ser feito de forma presencial ou remota, com duração de uma semana — em dias “úteis”, de segunda a sexta-feira —, com o objetivo de definir o MVP que será trabalhado na primeira fase do projeto.

Cada dia segue uma programação definida, em ordem lógica, que facilita o desenvolvimento do MVP, mesmo dentro deste período relativamente curto.

São 11 atividades ao todo, divididas ao longo dos 5 dias.

É importante ressaltar que o Lean Inception não deve ser a primeira etapa do desenvolvimento do produto.

Antes dela existem algumas etapas essenciais. Como é o caso da fase de Ux research, por exemplo, onde serão buscadas informações que servirão como base para as decisões que serão tomadas durante a Inception e o sucesso do MVP resultado dela.

Quem deverá fazer parte da Lean Inception?

Não existe um número exato de participantes em uma Lean Inception, mas o ideal é que fique em torno de 10 a 30 participantes. Entre eles:

  • stakeholders;
  • o facilitador da Inception;
  • desenvolvedores;
  • scrum masters (SM);
  • gerentes de projetos (GP);
  • product owners (PO);
  • UX designers.

Dia 1

Kick-off

Na reunião de Kick-off — ou “pontapé” inicial, em tradução livre — será feita a apresentação do objetivo central da inception.

Nela os Stakeholders apresentam um briefing e o facilitador da inception — pessoa que ficará responsável por guiar as atividades durante a semana — apresentará a programação da inception.

Com este briefing e apresentação, pretende-se facilitar aos desenvolvedores um conhecimento mais amplo dos objetivos do projeto, além de uma visão abrangente das expectativas colocadas no produto.

O produto

No primeiro dia, serão definidos os detalhes iniciais do produto, respondendo às seguintes questões:

  • Para quem o produto será direcionado? Qual o público-alvo?
  • Qual problema nos propomos a resolver?
  • Como faremos isso através deste produto?
  • Quais os benefícios serão entregues pelo produto?
  • Qual o diferencial de mercado?

O que o produto É — e o que ele NÃO é

Ainda no primeiro dia, é feito um aprofundamento maior nas características e objetivos mais importantes do produtos.

Em um segundo momento de entendimento do produto, a partir das definições de:

  • O que o produto É
  • O que o produto Não É
  • O que o produto Faz
  • O que o produto Não Faz

É feito o brainstorm direcionado de ideias e conceitos para o produto.

O pensamento divergente contribui para aumentar o número de opções trazidas pelos participantes, através do seu trabalho em conjunto dos conceitos que podem se tornar grandes diferenciais.

Desta forma, aumenta-se as chances de desenvolvimento do MVP mais adequado à realidade apresentada pelos stakeholders.

Dia 2

Personas

No segundo dia, depois de definidas as premissas e direcionamentos iniciais do produto no dia anterior, o foco recai sobre as personas!

Elas se referem a personagens fictícios que representam o público-alvo para o qual será direcionado o produto. Em outras palavras, descrevem os hábitos e comportamentos dos personagens-chave para com o negócio em questão.

Elas são estudadas sobre todos os pontos de vista, no decorrer das atividades de Lean Inception.

Funcionalidades

Também é feito um refinamento maior sobre as funcionalidades do produto e como será o tipo de funcionamento ideal, para atender às necessidades da persona.

Esta etapa está mais diretamente ligada às atividades do final do primeiro dia, onde são traçadas as primeiras premissas de funcionalidades. Mas, aqui, elas já passam por um filtro mais fino, colocando em questão as definições mais específicas das necessidades e desejos do público-alvo.

Dia 3

Já no terceiro dia, o foco é voltado para a checagem dos requisitos funcionais do produto e o estabelecimento de um MVP definitivo.

Uma vez que os integrantes do inception estão mais conscientes do produto e da persona, é a hora de entrar no planejamento em detalhes.

O principal objetivo da execução de tais ações é que elas produzam esse alinhamento entre as áreas técnicas e de negócios.

As ações deverão ser avaliadas em:

  • nível de esforço para o desenvolvimento da função
  • Importância para o negócio
  • Importância para o sucesso do usuário

A partir disso, será possível saber o que deve ser feito e como deve ser feito, além de conseguir definir com maior facilidade qual o nível de prioridade de desenvolvimento de cada função.

Jornada do Usuário

A jornada do usuário é tida como um elemento-chave para entender o comportamento de uma persona, isso porque ela trata dos hábitos e rotinas desse público-alvo.

No dia 3 da lean inception, é feita a descrição completa sobre a jornada do usuário do produto.

Graças ao conhecimento sobre o problema em questão e o público-alvo, é possível criar um fluxo de interação completo entre as personas e o produto, traçando um mapa para entender qual o caminho — etapa por etapa — o usuário irá fazer para chegar até o seu objetivo.

Dia 4

No quarto dia é feita uma análise em conjunto dos três pontos centrais dos outros dias:

  • O produto
  • Funcionalidades do produto
  • Persona e jornada do cliente

A partir daí, será possível revisar os detalhes do produto, levando em consideração todas as questões principais para atingir os resultados esperados com sucesso, atendendo da melhor forma a necessidade do cliente.

Sequenciador de funcionalidades

Após feita a revisão do produto e suas funções revisadas, com foco nas necessidades reais do cliente, chegou a hora de criar o sequenciador de funcionalidades.

Ele auxiliará a organizar e visualizar as funcionalidades e suas relações com o MVP.

O sequenciador é formado por um conjunto de linhas, que servirão como base para definir as funcionalidades que serão incluídas.

  1. _______(funcionalidade 1)________
  2. _______(funcionalidade 2)________
  3. _______(funcionalidade 3)________
  4. etc.

Estas funcionalidades deverão ser organizadas por ordem decrescente de importância — iniciando pela mais importante —, chegando a um consenso sobre quantas linhas serão necessárias para desenvolver o MVP.

Dia 5

No último dia do Inception será feito o Canvas do MVP, onde ficarão organizadas todas as informações construídas no decorrer dos 4 primeiros dias da inception.

Nele serão apresentadas:

A visão do MVP , onde será apresentada a proposta geral do MVP, resumida em apenas uma frase simples e direta.

Persona , onde será especificado o perfil do cliente ideal, traçado no 2° dia da inception, além do público para que o MVP será direcionado — será liberado para todo o público? Será feito o teste em menor escala? Como será feita a distribuição do MVP?

Jornadas , onde serão apresentados os desenhos das jornadas que os usuários seguirão no MVP e como elas serão melhoradas.

Funcionalidades , onde será registrado o que vai ser construído neste MVP.

Resultado esperado , onde serão registrados quais são as expectativas de resultado com o lançamento do MVP, quais os resultados iniciais buscados.

Métricas , onde serão definidas as métricas e parâmetros que serão usados para entender se os resultados pretendidos foram alcançados ou não.

Custo e cronograma , onde serão definidos os custos iniciais e cronograma de desenvolvimento previstos.

O canvas deverá ser apresentado para os stakeholders na última reunião, onde será analisado se a proposta final de MVP está, de fato, alinhada com as expectativas do cliente.

Com o fim das atividades do Lean Inception, é possível que o MVP esteja em condições de estabelecer metas mais precisas sobre os próximos passos a serem dados.

Em resumo

O Lean Inception é um método ágil de desenvolvimento que visa projetar e validar o MVP (produto mínimo viável) com seus clientes, através de uma abordagem metodológica guiada por definições claras da proposta geral do produto. O processo inclui 5 dias, onde cada dia representa uma etapa a ser seguida para a finalização das atividades previstas em cada dia.

As principais características deste método são:

  • foco no usuário;
  • diminuição no desperdício de tempo e recursos necessários para o desenvolvimento e validação de um produto;
  • priorizar funcionalidades essenciais para chegar a uma solução viável (“MVP”); simplicidade;
  • envolvimento da equipe.

Benefícios principais:

  • reduzir desperdício;
  • melhoria na qualidade do produto;
  • implantação rápida e aprendizado com a entrega aos primeiros usuários;
  • maior nível de acertos no lançamento do produto final;
  • trazer vantagens competitivas ao se tornar capaz de atender necessidades específicas do cliente;
  • maior confiança em toda a equipe;
  • menos perda de tempo e recursos;
  • maior produtividade.

Cabe lembrar que o Lean Inception não é um método único e sim um processo de trabalho que pode ser adotado por qualquer método ágil. A proposta do Lean Inception é colocar o foco no usuário e fornecer entregas contínuas para garantir constantes feedbacks para os desenvolvedores.

O Lean Inception é indicado para projetos em que os recursos são limitados, como em startups e pequenas empresas, devido a sua proposta de valor: priorizar funcionalidades essenciais para chegar a uma solução viável (“MVP”), além das vantagens obtidas no envolvimento da equipe.

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O problema é tratar esse legado como se fosse um aplicativo novo, pronto para integrações perfeitas e mudanças rápidas. Aqui, o caminho mais responsável é reduzir acoplamento. Ou seja: antes de conectar IA diretamente em sistemas críticos, você começa com etapas mais “externas” e controladas. Você melhora a entrada, a organização e a qualidade do que chega no sistema — e só depois mexe no sistema. Pense como uma reforma com a casa em pé: primeiro, você arruma o fluxo, tira o entulho, melhora o acesso, organiza ferramentas, padroniza procedimentos. Só depois você quebra a parede. Uma boa regra prática é: quanto mais crítico o sistema, mais controlada precisa ser a automação . Isso não é medo; é engenharia de confiança. Você pode acelerar o que está antes e depois do sistema sem tocar no coração do legado no primeiro movimento. ROI sem mágica: como mostrar valor Se o conteúdo que você vai produzir não ajudar o leitor a justificar investimento, ele vira inspiração bonita e morre na gaveta. O ponto não é prometer “revolução”. É mostrar como medir ganhos reais. Um modelo simples funciona bem para PMEs: Você estima o tempo que está sendo gasto em atividades repetitivas e com retrabalho. Você transforma isso em custo (tempo x custo/hora). Você soma impactos de qualidade (erros, retrabalho, atrasos) e impactos de negócio (atendimento mais lento, proposta que demora, perda de oportunidade). E então você compara isso com o custo de adoção: ferramenta, implantação, treinamento e o mínimo de governança. O segredo do ROI responsável é não esconder custo “invisível”. Porque, em ambiente crítico, o custo invisível vira o mais caro: retrabalho, incidentes, perda de confiança, ruído entre áreas, risco de vazamento, desgaste da equipe. Quando você apresenta o ROI dessa forma, a conversa sai do “vamos usar IA porque todo mundo usa” e entra no “vamos usar IA onde faz sentido e onde conseguimos controlar”. Cultura digital: o motor que mantém a IA útil depois do encanto inicial Aqui é onde muita empresa erra. Ela acredita que IA é uma mudança de ferramenta. Na prática, é uma mudança de comportamento. Sem cultura digital, acontecem dois extremos igualmente ruins. No primeiro, a empresa reage com resistência. Ninguém usa, porque “isso vai dar problema”, “isso é modinha”, “isso não é para nós”. O resultado é ficar para trás — e continuar sobrecarregado. No segundo, a empresa vira anarquia. Cada um usa do seu jeito, do seu lugar, para o seu objetivo. O resultado é o risco espalhado — e uma operação inconsistente. Cultura digital madura é equilíbrio: autonomia com responsabilidade. E isso se constrói com coisas simples: exemplos aprovados, boas práticas claras, treinamento leve e constante, e alinhamento entre áreas. Não é um grande evento. É rotina. Uma boa prática é criar um “playbook” curto de uso, com exemplos do que pode e do que não pode, e um repertório de modelos prontos para cada área. Quando você entrega o caminho, você reduz improviso. E improviso é o que mais dói em prazo curto. O que não se deve fazer Se você vai escrever um conteúdo responsável, precisa dizer com clareza onde não começar. Não comece automatizando decisões de alto impacto sem revisão humana. Não comece colocando dados sensíveis em ferramentas sem regra e sem controle. Não comece conectando automações direto em sistemas críticos sem pensar em rollback, validação e exceções. E não comece tratando a IA como fonte final de verdade. Esses “nãos” não existem para travar inovação. Eles existem para proteger a operação e permitir que a IA vire aliada, não risco. Conclusão Sim, PMEs tendem a adotar IA com velocidade. E isso pode ser uma vantagem brutal, especialmente quando o time é enxuto e a demanda só cresce. Mas em ambientes críticos, velocidade sem responsabilidade é só uma forma diferente de atraso, já que mais cedo ou mais tarde o custo aparece. O caminho mais sólido é simples de entender: começar por casos de uso seguros, estabelecer um mínimo de regras, melhorar processos e comunicação, respeitar o legado e criar cultura digital para sustentar a evolução. Isso transforma IA de “atalho” em capacidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post! Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados ! Para saber mais sobre as soluções que a CSP Tech oferece, acesse: www.csptech.com.br .
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