Governança de Dados: O que você precisa saber!

Wagner Hörlle • October 26, 2021

O que é Governança de Dados?

Se entende por governança de dados, o conjunto de políticas, processos e estrutura organizacional que embasam e norteiam o gerenciamento de dados corporativos . É através da governança que as empresas gerenciam os dados, sua disponibilidade, sua utilização e a segurança das informações que as empresas dispõem.

Já é consenso entre as instituições, que os dados de uma empresa são um dos seus bens mais valiosos, pois, possuem um grande potencial de geração de valor e se bem geridos, podem ser fonte de lucro e crescimento. Além de potencializar o trabalho das equipes de ciência de dados dentro das organizações, permitindo que problemas complexos sejam resolvidos através da utilização dos dados disponíveis.

A governança de dados é vista como peça fundamental para a estratégia geral de organização de uma empresa, pois, é através dela que é possível saber quais dados a empresa dispõe, onde eles estão e como podem ser utilizados.  É com a governança de dados que a instituição terá o entendimento, a segurança a confiabilidade sobre seus dados.

Atualmente, as empresas estão lidando com um grande acúmulo de novos dados, e nem sempre sabem qual é o caminho mais adequado para gerenciar esses dados. Com a governança de dados, é possível determinar os ambientes de big data apropriados para acesso e armazenamento desses dados, além de fomentar uma arquitetura de dados, que possa controlar as fontes, integrá-las e disponibilizá-las aos interessados. A integração dos dados, tem se tornado cada vez mais importante na rotina das empresas, pois, gera impactos nos fluxos de trabalho e na tomada de decisões de diversas equipes.

Outro ponto importante sobre a governança de dados, diz respeito ao maior controle da empresa, pois, é através dela, que as informações inseridas pelos profissionais ou por um processo automatizado, se nortearão para cumprir os padrões estabelecidos, as regras e metas do negócio.

5 principais objetivos da Governança de Dados

A governança de dados, antes de qualquer outra coisa, é um sistema de tomada de decisões, que será executado por um modelo que irá definir, quem utiliza e manipula qual informação, em que momento, qual método será empregado e sob quais circunstancias serão utilizadas. Abaixo iremos listar os 5 principais objetivos a governança de dados busca atingir:

  1. Aprimoramento do processo de tomada de decisões, possibilitando que as decisões sejam tomadas com base em informações mais fidedignas, seguras e assertivas
  2. Maior proteção das informações de investidores, pois quanto maior for o controle sobre os dados, maior será a segurança dos mesmos.
  3. Processos mais eficientes, pois com os padrões e a repetição proposta pela governança de dados, os processos passam a ser mais fáceis e rápidos.
  4. Diminuição de custos, pois, através de uma governança bem planejada e executada, é possível gerenciar o trabalho desenvolvido na área, aumentar a produtividade das equipes que utilizarão os dados e reduzir o desperdício de tempo e investimento.
  5. Transparência! Com uma boa governança, todos os passos de gerenciamento dos dados são claros, acessíveis e precisos.

Benefícios da Governança de Dados

Abaixo iremos listar as principais vantagens e benefícios que a governança de dados pode trazer para a sua empresa:

1 – Maior e melhor segurança, privacidade e conformidade dos dados

Até pouco tempo atrás, as empresas entendiam como suficiente para garantir a segurança de seus dados, os processos de autenticação, autorização e monitoramento dos mesmos. Atualmente, com a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), suas punições, que começaram a valer no início do mês de agosto, e com uma maior compreensão das empresas sobre os potenciais riscos que envolvem trabalhar com os dados, as exigências com segurança e privacidade aumentaram consideravelmente.

Com uma boa governança de dados, sua empresa estará apta para enfrentar os inúmeros desafios e exigências que se apresentam. Podendo realizar a identificação e o tratamento diferenciado de dados pessoais, através da utilização de metadados e de catálogos e podendo instituir acesso restrito e controlado, que trará maior segurança aos dados.

O controle de acesso realizado apenas no nível do banco de dados ou tabela, já não são suficientes para que eles estarem seguros, pois, a necessidade de separação de acessos no nível de linha, já é um requisito exigido. Diferentes tipos de dados podem ter permissões ou regras distintas, principalmente se conterem informações pessoalmente identificáveis (PII). Boas práticas de governança de dados, fomentam a segurança e a conformidade do uso dos dados, ajudando as empresas na identificação e redução de riscos de violações e multas, e zelando pela confiança do cliente. Essas práticas auxiliam as instituições, nos processos de entendimentos sobre quais PIIs existem, onde estão, e por meio do gerenciamento de metadados, como podem ser utilizadas e automatizadas seguindo as conformidades estabelecidas. 

Com o aumento do marketing orientado por dados e a maior publicidade em relação ao assunto, os clientes estão cada vez mais conscientes de seus direitos, e se a governança de dados de uma empresa não estiver cumprindo com as legislações e conformidades, poderá sofrer, além de prejuízos financeiros, riscos significativos à sua reputação.

Uma boa governança de dados poderá trazer a sua empresa, maior segurança e tranquilidade quanto a utilização e gerenciamento dos dados que dispõem.

2 – Maior qualidade dos dados

Dados de baixa qualidade, implicam em tomada de decisões equivocadas, visto que, os dados são os norteadores para a tomada de decisões. De nada adianta possuir boas ferramentas de negócios, se os dados que a alimentam não são bons. E por qualidade de dados, entendemos que esses dados possam ser: íntegros, completos, precisos, válidos e padronizados. Os critérios estabelecidos para considerar a qualidade dos dados serão definidos conforme o que for mais relevante e gere maior impacto para a empresa. Para estabelecer um controle em relação à qualidade dos dados, é recomendado a utilização de métricas, indicadores ou KPIS.

Muitos dados são extraídos de diversas fontes, e uma boa governança de dados, tem o poder de conectar essas informações, através de sistemas capazes de identificar relações significativas e obter o máximo de dados possíveis, garantindo que dados críticos não fiquem para trás.

3 – Automação acelerada

Através de práticas e ferramentas que atuam na manutenção, na organização e na qualidade dos dados, os times de análise de dados podem automatizar tarefas e processos específicos com algoritmos de machine learning. Permitindo assim, que os dados de clientes possam ser alimentados em modelos, e contribuindo, para determinar como clientes em potencial devem ser priorizados no pipeline de vendas. Uma boa governança de dados contribui significativamente para que os dados dos clientes sejam precisos e protegidos, e para que as equipes possam utilizar esses dados para realizar vendas mais direcionadas e assim, colaborar para o crescimento da empresa.

5 Dicas para dar Inicio a Governança de Dados na sua empresa

Para iniciar um programa de governança de dados na sua empresa, é necessário que exista um conjunto claro de procedimentos a serem adotados e um planejamento bem definido. Mais do que nunca, entendemos os dados como recursos valiosos, e proteger os dados de uma empresa e de seus clientes, tem sido cada vez mais necessário e urgente. Para que você possa dar início aos processos de governança de dados na sua empresa, separamos 5 dicas importantes que podem auxiliá-lo nessa jornada:

1 – Identificação dos titulares da informação

A primeira ação a ser tomada para iniciar a implementação da governança de dados na sua empresa, é identificar e determinar quem é responsável por cada um dos aspectos dos dados. Essa pessoa será o governador, e poderá criar e reunir um conselho para formular as políticas que serão adotadas e reportar progressos realizados durante toda a jornada.

2 – Compreensão da situação atual da sua empresa

É essencial ter clareza a respeito de quais são as práticas atuais que regem o gerenciamento dos dados, e quais são as áreas que necessitam de mudanças ou adequações. Determinar onde a empresa está agora e como pretende realizar as mudanças é muito importante. Para isso, é fundamental, que a empresa disponha de uma metodologia de avaliação completa, para poder monitorar os avanços e identificar os possíveis problemas.

3 – Desenvolvimento de estratégias

O desenvolvimento de uma estratégia deve estar amparado pelo Depois do estudo realizado previamente, e assim construir uma estratégia para o futuro, considerando como a empresa pretende realizar o armazenamento, tratamento e utilização dos dados nos próximos anos. Mas como qualquer estratégia, para que ela tenha sucesso, é necessário que seja realizado o acompanhamento periódico da mesma. Para iniciar a implementação de uma estratégia, recomenda-se que ela seja aplica inicialmente em algumas áreas, pois assim, será mais fácil analisar o desempenho da estratégia adotada.

4 – Utilização das informações de maneira assertiva

A definição de que dados serão utilizados é essencial para uma boa governança de dados. Certifique-se de que todos os dados necessários estarão disponíveis para acesso e organizados. Outro ponto muito importante, é ter consciência de qual é o valor desses dados, pois não se pode proteger, ou melhorar algo que não tem um valor definido. Apesar de a valoração das informações serem algo aparentemente difícil, a governança de dados pode contribuir muito no processo de definir valores sobre os seus dados. E essa prática, com o tempo, passa a ser mais fácil e rápida.

5 – Identificação e avaliação de riscos e resultados

Os processos de monitoramento são fundamentais para o bom andamento de um projeto, pois, sem eles, se torna impossível identificar se os resultados foram atingidos e o que necessita de melhoria. As empresas estão em constante mudança, e por consequência, suas informações também se alteram. Por isso, é fundamental que as instituições realizem avaliações periódicas sobre a temática.

Um bom sistema de governança de dados, permite que a uma empresa realize o armazenamento das suas informações de forma segura, e também auxilia nos processos de retenção de clientes, redução de custos e melhor aproveitamento de oportunidades. Através de processos bem definidos, sua empresa poderá desfrutar de vão inúmeras vantagens e benefícios.

Principais componentes da Estrutura de Governança de Dados

Abaixo, iremos listar 6 dos principais componentes necessários para que as iniciativas de governança de dados alcancem bons resultados para sua empresa. São eles:

Compreensão e avaliação dos dados críticos

Quando nos referimos a dados críticos, estamos falando dos dados de maior valor para o seu negócio, e que estão relacionados à processos chave, ou que implicam em grandes impactos ou riscos à sua empresa. Uma boa opção para dar início a identificação e a avaliação desses dados, e se questionar a respeito de algumas questões como:

  • Quais são os processos mais importantes para o seu negócio?
  • Quais são as entidades de dados relacionadas a esses processos?
  • Os dados estão catalogados?
  • Existe repositórios de dados?
  • Possui informações de como os dados foram detidos e as regras sob qual foram submetidos?
  • Quem possui ou irá possuir acesso a esses dados? Existem níveis de segurança para acesso?
  • Esses dados são completos, íntegros e confiáveis?

Respondendo as questões acima, a sua empresa estará um passo mais próximo de implementar uma boa governança de dados, e com isso dispor de maior confiabilidade, segurança, privacidade e qualidade sobre os seus dados.

Padrões e catálogo de dados

A criação de dicionários de dados, taxonomias e glossários de negócios deve ser realizada, para proporcionar maior compreensão e nitidez a respeito das definições de dados e de negócios. Através da utilização desses documentos, é possível reduzir as confusões e os problemas nas equipes, além de dar maior visibilidade sobre a arquitetura de dados e mais possibilidades para que os times adotem posturas inovadoras para automatizar os processos.

De forma didática, podemos comparar os catálogos de dados à um cardápio, onde podemos ver todas as informações pertinentes sobre cada refeição. Com o catálogo de dados, os profissionais da área poderão identificar quais são os dados que estão que estão buscando, além de serem fundamentais para organizar os dados que estão armazenados em repositórios como data lakes ou data warehouses , e impedir que esses dados caiam no data swamp.

Sem um catálogo de dados bem elaborado, a tarefa de realizar a governança de dados fica bastante prejudicada, pois de nada adianta dispor dos melhores datasets , se os dados não estiverem acessíveis e fáceis de localizar.

Clareza em relação aos objetivos a serem atingidos e aos resultados chave

Outro ponto fundamental para implementar uma governança de dados bem estruturada e assim atingir os objetivos almejados pela sua empresa, é se aprofundar e especificar quais são os reais motivos que nortearão os processos de governança de dados. Definindo de forma clara quais são os objetivos a serem alcançados, quais problemas serão resolvidos por esse trabalho e porque a sua empresa necessita desse serviço.

Para que essas informações não fiquem apenas no campo do pensamento e da interpretação, é altamente recomendável as respostas se materializem através de instrumentos como: políticas, diretrizes, ou mesmo um OKR capaz de descrever os objetivos e resultados chave do processo de governança de dados. Com esses instrumentos, a tarefa de compartilhar com os profissionais, o que será realizado, como será e porque será realizado fica muito mais fácil e rápido.

Processos de dados e estrutura organizacional

Uma das funções dos processos de governança de dados, é fornecer a maior transparência possível aos usuários finais, em relação a como os dados são processados dentro de uma instituição. Isso pode incluir cadências de atualização de dados, restrições de PIIs, políticas de dados regulatórios ou até mesmo algo tão simples quanto, o acesso a dados. Esse tipo de documentação também oferece suporte à estrutura organizacional, esclarecendo as responsabilidades de diferentes funções no que se refere à gerenciamento e manutenção de dados.

Uso assertivo das tecnologias

O mercado de TI dispõe de diversas ferramentas de governança de dados, que oferecem suporte aos processos e padrões estabelecidos pela empresa. Essas ferramentas, podem ser utilizadas para armazenar e proteger informações sobre os dados que uma empresa gerencia, incluindo documentos sobre definições de negócios, registros de dados, proprietários de dados, informações de banco de dados e também, pode auxiliar na utilização de ferramentas de análise de dados de autoatendimento, permitindo que os profissionais acessem e visualizem diferentes conjuntos de dados, que podem ajudar na criação de relatórios e propostas de inovação.

Cumprimento das legislações e conformidades

Sobre esse tópico, é fundamental que se tenha compreensão de que a governança de dados não surgiu do nada e de que ela faz parte de uma engrenagem maior de processos. Suas práticas e ações precisam ser orientadas pelas regras de conformidade, internas ou externas, independente de serem políticas corporativas ou leis mais abrangentes como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Os processos de governança de dados não se realizam sozinhos, pois, necessitam da interação com atores externos, e precisam considerar princípios ou requisitos de algum outro processo ou instituição. Sendo assim, é crucial que a sua empresa cumpra com as orientações legais e com as conformidades estabelecidas, caso contrário, a instituição corre o risco de ter prejuízos financeiros e de imagem.

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ROI sem mágica: como mostrar valor Se o conteúdo que você vai produzir não ajudar o leitor a justificar investimento, ele vira inspiração bonita e morre na gaveta. O ponto não é prometer “revolução”. É mostrar como medir ganhos reais. Um modelo simples funciona bem para PMEs: Você estima o tempo que está sendo gasto em atividades repetitivas e com retrabalho. Você transforma isso em custo (tempo x custo/hora). Você soma impactos de qualidade (erros, retrabalho, atrasos) e impactos de negócio (atendimento mais lento, proposta que demora, perda de oportunidade). E então você compara isso com o custo de adoção: ferramenta, implantação, treinamento e o mínimo de governança. O segredo do ROI responsável é não esconder custo “invisível”. Porque, em ambiente crítico, o custo invisível vira o mais caro: retrabalho, incidentes, perda de confiança, ruído entre áreas, risco de vazamento, desgaste da equipe. Quando você apresenta o ROI dessa forma, a conversa sai do “vamos usar IA porque todo mundo usa” e entra no “vamos usar IA onde faz sentido e onde conseguimos controlar”. Cultura digital: o motor que mantém a IA útil depois do encanto inicial Aqui é onde muita empresa erra. Ela acredita que IA é uma mudança de ferramenta. Na prática, é uma mudança de comportamento. Sem cultura digital, acontecem dois extremos igualmente ruins. No primeiro, a empresa reage com resistência. Ninguém usa, porque “isso vai dar problema”, “isso é modinha”, “isso não é para nós”. O resultado é ficar para trás — e continuar sobrecarregado. No segundo, a empresa vira anarquia. Cada um usa do seu jeito, do seu lugar, para o seu objetivo. O resultado é o risco espalhado — e uma operação inconsistente. Cultura digital madura é equilíbrio: autonomia com responsabilidade. E isso se constrói com coisas simples: exemplos aprovados, boas práticas claras, treinamento leve e constante, e alinhamento entre áreas. Não é um grande evento. É rotina. Uma boa prática é criar um “playbook” curto de uso, com exemplos do que pode e do que não pode, e um repertório de modelos prontos para cada área. Quando você entrega o caminho, você reduz improviso. E improviso é o que mais dói em prazo curto. O que não se deve fazer Se você vai escrever um conteúdo responsável, precisa dizer com clareza onde não começar. Não comece automatizando decisões de alto impacto sem revisão humana. Não comece colocando dados sensíveis em ferramentas sem regra e sem controle. Não comece conectando automações direto em sistemas críticos sem pensar em rollback, validação e exceções. E não comece tratando a IA como fonte final de verdade. Esses “nãos” não existem para travar inovação. Eles existem para proteger a operação e permitir que a IA vire aliada, não risco. Conclusão Sim, PMEs tendem a adotar IA com velocidade. E isso pode ser uma vantagem brutal, especialmente quando o time é enxuto e a demanda só cresce. Mas em ambientes críticos, velocidade sem responsabilidade é só uma forma diferente de atraso, já que mais cedo ou mais tarde o custo aparece. O caminho mais sólido é simples de entender: começar por casos de uso seguros, estabelecer um mínimo de regras, melhorar processos e comunicação, respeitar o legado e criar cultura digital para sustentar a evolução. Isso transforma IA de “atalho” em capacidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post! Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados ! Para saber mais sobre as soluções que a CSP Tech oferece, acesse: www.csptech.com.br .
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