5 desafios que o mercado financeiro enfrenta – e como o BI pode solucioná-los 

Ana Borges • November 28, 2024

O mercado financeiro é a espinha dorsal da economia global. Bancos, corretoras, gestoras de ativos e fintechs desempenham papéis essenciais no funcionamento do sistema econômico. No entanto, operar nesse setor não é uma tarefa simples. 

Regulações rigorosas, mudanças constantes no mercado, aumento das expectativas de clientes e investidores e a pressão para adotar tecnologias inovadoras são apenas alguns dos desafios que os players do mercado financeiro enfrentam diariamente. 

Felizmente, há uma solução poderosa que pode ajudar a transformar essas dores em oportunidades: o Business Intelligence (BI). Através do uso estratégico de dados, o BI permite que instituições financeiras naveguem por esse cenário desafiador com mais clareza, eficiência e agilidade. 

O que é o BI?  

Business Intelligence (BI) é um conjunto de tecnologias, processos e práticas que transformam dados brutos em informações acionáveis. Em termos simples, BI ajuda as empresas a entenderem seus números e a tomarem decisões estratégicas com base neles. Por meio de análises avançadas, dashboards interativos e relatórios detalhados, o BI oferece uma visão clara e unificada de diferentes áreas do negócio, permitindo identificar tendências, antecipar riscos e encontrar oportunidades de crescimento. 

As ferramentas de BI são os motores dessa transformação. Algumas das mais populares incluem: 

  • Power BI: Ferramenta da Microsoft, conhecida por sua integração com outros produtos da empresa e por ser acessível para diferentes tipos de usuários. 

  • Tableau: Focada em visualizações interativas e análises aprofundadas. Ideal para criar relatórios visualmente impactantes. 

  • Qlik Sense: Com forte ênfase em análise preditiva, é uma ótima escolha para identificar padrões e antecipar cenários. 

  • Looker: Solução do Google Cloud, voltada para análises em grande escala e integração com big data.

No mercado financeiro, onde o tempo e a precisão são fundamentais, o BI é mais do que uma ferramenta – é uma estratégia indispensável para se manter atualizado e como diferencial competitivo. Neste artigo, vamos abordar os 5 principais desafios do mercado financeiro e sugerir como o BI pode ajudar a superá-las. 

Conformidade reguladora

Instituições financeiras enfrentam uma crescente complexidade regulatória, com normas como o Basiléia III , IFRS 9 e regras específicas de bancos centrais. Manter-se em conformidade é caro e consome muitos recursos, exigindo processos rigorosos e equipes dedicadas. 

Falhar na conformidade pode resultar em multas milionárias, perda de licenças ou danos irreparáveis à reputação. Além disso, atender a essas demandas consome tempo que poderia ser dedicado a estratégias de crescimento. 

Com a estruturação de dados do BI, instituições financeiras podem automatizar a coleta, análise e geração de relatórios regulatórios. Ferramentas como Power BI permitem criar painéis que monitoram indicadores chave de conformidade em tempo real , alertando gestores sobre possíveis desvios antes que se tornem um problema crítico. Ao integrar sistemas de dados, o BI também reduz erros manuais, garantindo mais precisão e eficiência no atendimento às exigências regulatórias. 

Gestão de riscos

No mercado financeiro, oscilações cambiais, variações de taxas de juros, inadimplência de crédito e crises econômicas podem abalar até mesmo as instituições mais sólidas. A dificuldade está em prever e mitigar esses riscos de forma eficiente. Uma má gestão de riscos pode levar a perdas financeiras significativas, prejudicando a lucratividade e a confiança dos investidores. 

O BI, combinado com análises preditivas, permite que instituições financeiras identifiquem padrões históricos e antecipem potenciais ameaças. Ferramentas como Tableau ou Qlik Sense podem criar cenários baseados em dados econômicos, ajudando na tomada de decisões informadas. 

Por exemplo, uma corretora pode usar BI para avaliar o impacto de diferentes cenários macroeconômicos em seus portfólios, ajustando suas estratégias de investimento para minimizar perdas. 

Adoção de tecnologias disruptivas

A transformação digital chegou para ficar e o mercado financeiro não pode ficar de fora desse movimento. Fintechs ágeis estão redefinindo o setor com soluções inovadoras, enquanto instituições tradicionais precisam se reinventar para acompanhar o ritmo, integrando tecnologias como blockchain , inteligência artificial e open banking. 

A incapacidade de adotar rapidamente novas tecnologias pode levar à perda de competitividade e à fuga de clientes para concorrentes mais modernos. 

Atuando como uma ponte entre sistemas legados e tecnologias modernas, o Business Intelligence integra dados de diferentes fontes, oferecendo insights claros sobre onde as inovações tecnológicas podem gerar maior impacto. 

Por exemplo, uma fintech pode usar BI para analisar dados de comportamento do cliente e identificar quais serviços de pagamento digital têm maior demanda. Já um banco tradicional pode usar as mesmas ferramentas para mapear processos internos que podem ser automatizados, reduzindo custos operacionais. 

Experiência do cliente  

Clientes do mercado financeiro estão mais exigentes do que nunca. Eles esperam experiências personalizadas, atendimento ágil e soluções inovadoras. Bancos e corretoras que não atendem a essas expectativas enfrentam altas taxas de churn e dificuldade em atrair novos clientes. A perda de clientes não apenas reduz a receita, mas também enfraquece a marca e dificulta o crescimento no longo prazo. 

O BI permite que instituições financeiras analisem grandes volumes de dados de clientes, criando perfis detalhados e segmentações específicas. Com isso, é possível personalizar produtos, serviços e abordagens de comunicação. 

Por exemplo, uma gestora de ativos pode usar BI para identificar investidores com maior apetite por risco e oferecer produtos alinhados a esse perfil. Da mesma forma, um banco digital pode mapear os pontos de insatisfação de seus usuários e implementar melhorias pontuais. 

Previsibilidade econômica

O mercado financeiro é profundamente afetado por variáveis macroeconômicas, como inflação, crescimento do PIB, política monetária e crises globais. Antecipar essas mudanças e ajustar estratégias com antecedência é um desafio significativo. 

Decisões baseadas em previsões inadequadas podem resultar em perdas financeiras, operações ineficientes e, no pior dos casos, falência. 

Com ferramentas robustas de análise preditiva e dados estruturados o BI oferece a estrutura perfeita para que instituições financeiras consigam projetar cenários futuros com base em evidências como dados históricos e tendências atuais. 

Por exemplo, uma instituição pode usar BI para simular o impacto de uma alta na taxa de juros em suas carteiras de crédito, permitindo ajustes preventivos em políticas de concessão. Gestoras de investimentos também podem prever como mudanças na política fiscal de um país podem afetar seus ativos globais. 

O processo de implementação de um sistema de BI

A implementação de um sistema de Business Intelligence (BI) em uma instituição do mercado financeiro exige planejamento estratégico e etapas bem definidas para garantir o máximo aproveitamento da solução. Embora existam diversas ferramentas no mercado – como Power BI, Tableau, Qlik Sense e Looker – o processo segue princípios similares, independentemente da escolha. A seguir, apresentamos as etapas fundamentais:

Diagnóstico e Definição de Objetivos

O primeiro passo é realizar um diagnóstico detalhado para entender as necessidades específicas da organização. Isso inclui:

  • Identificar os desafios principais enfrentados pela instituição, como gestão de riscos, conformidade regulatória ou melhora na experiência do cliente.
  • Definir metas claras para o sistema de BI, como reduzir custos operacionais, aumentar a eficiência ou obter insights mais precisos.
  • Avaliar a maturidade dos dados da organização e os processos já existentes.

No mercado financeiro, essas metas muitas vezes estão associadas à tomada de decisões em tempo real, o que requer uma estrutura de BI robusta e eficiente.

Coleta e Integração de Dados

Uma das etapas mais críticas é a consolidação de dados provenientes de diversas fontes. Instituições financeiras lidam com sistemas heterogêneos, como ERPs, CRMs, bancos de dados internos, APIs de mercado financeiro e até fontes externas, como plataformas de índices econômicos e históricos de mercado.

O sistema de BI precisa ser configurado para se conectar a essas fontes e centralizar as informações em um único local, garantindo:

  • Qualidade e consistência dos dados;
  • Eliminação de redundâncias;
  • Facilidade de acesso às informações relevantes para diferentes setores.

Estruturação de Modelos de Dados

Após a integração, os dados precisam ser estruturados para facilitar sua análise. No mercado financeiro, isso pode incluir a criação de:

  • Modelos preditivos para análise de crédito ou risco de inadimplência;
  • Dashboards para monitoramento de indicadores financeiros e de conformidade;
  • Relatórios que consolidem dados de diferentes filiais ou operações.

A criação de modelos claros e eficientes é essencial para transformar dados brutos em insights acionáveis.

Criação de Dashboards e Relatórios

Uma vez que os dados estão organizados, a criação de dashboards e relatórios dinâmicos permite uma visualização clara e objetiva das informações. Algumas práticas recomendadas incluem:

  • Desenvolver painéis adaptados às necessidades específicas de cada área da instituição, como compliance, gestão de riscos ou atendimento ao cliente;
  • Configurar alertas automáticos para indicadores críticos, como variações de liquidez ou aumento de inadimplência;
  • Incorporar recursos interativos que permitam aprofundar análises conforme necessário.

Por exemplo, uma corretora pode criar dashboards que monitoram o desempenho diário de ativos ou simulam cenários de mercado com base em diferentes variáveis.

Capacitação e Engajamento da Equipe

A implementação de um sistema de BI não será bem-sucedida sem o envolvimento e capacitação das equipes. É fundamental investir em treinamentos para que os colaboradores:

  • Compreendam como acessar e interpretar os dados apresentados;
  • Sejam capazes de criar relatórios e análises personalizadas conforme suas necessidades;
  • Reconheçam o valor estratégico do BI em suas decisões diárias.

Criar uma cultura orientada a dados é um passo essencial para garantir que o sistema de BI seja amplamente utilizado e contribua para os resultados da instituição.

Monitoramento e Melhoria Contínua

Após a implementação, o sistema de BI deve ser monitorado e aprimorado continuamente. Isso inclui:

  • Revisar dashboards e relatórios regularmente para garantir que atendam às necessidades em constante evolução do mercado financeiro;
  • Adicionar novas fontes de dados ou ajustá-las à medida que o negócio cresce ou muda;
  • Incorporar funcionalidades mais avançadas, como análises preditivas ou machine learning , conforme a maturidade dos dados e da equipe aumenta.

Conclusão  

O mercado financeiro é desafiador, mas também oferece oportunidades imensas para aqueles que conseguem navegar suas complexidades de forma estratégica. Ferramentas de BI são um aliado indispensável nesse cenário, ajudando instituições a resolver dores críticas como conformidade regulatória, gestão de riscos, adoção de tecnologia, experiência do cliente e previsibilidade econômica. 

Além de aumentar a eficiência operacional, o BI transforma dados em insights valiosos, permitindo decisões mais rápidas e assertivas. Para instituições financeiras que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado competitivo e em constante mudança, o BI não é mais uma opção – é uma necessidade. 

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Só que em operações sensíveis, essa entrada rápida costuma vir acompanhada de três comportamentos perigosos: O primeiro é a “adoção invisível”. Cada área começa a usar ferramentas por conta própria, sem padrão, sem alinhamento, sem proteção. Parece produtividade, mas, na prática, vira um risco espalhado. É quando a empresa acorda e percebe que informações críticas foram copiadas e coladas em lugares errados — e ninguém sabe ao certo o que foi usado, onde, por quem e para quê. O segundo é a “dependência sem critério”. Em vez de apoiar decisões, a IA começa a influenciar decisões. E como ela fala com confiança, muita gente deixa de questionar. O resultado pode ser um erro bem escrito e muito convincente, indo parar em um e-mail para cliente, numa proposta comercial, numa análise de risco ou num plano de ação. O terceiro é o “atalho que vira dívida”. A empresa economiza tempo hoje, mas cria um problema que custará caro amanhã: processos diferentes em cada área, informações desencontradas, retrabalho, perda de qualidade e uma sensação constante de que a operação ficou mais rápida… porém menos confiável. Se você atua em ambientes críticos, precisa de uma ideia simples para guiar decisões: IA não é só uma ferramenta. É uma capacidade. E capacidade precisa de método. IA operacional vs IA estratégica Aqui está a diferença que separa quem “brinca” de IA de quem realmente melhora a empresa. O uso operacional é quando a IA ajuda em tarefas soltas. Ela escreve um e-mail, organiza um texto, revisa uma mensagem, resume uma reunião, gera ideias para um post, cria um roteiro de apresentação. Isso é útil, sim — e costuma trazer ganhos rápidos. Só que é, principalmente, produtividade individual. O uso estratégico é quando a IA melhora o funcionamento da empresa. Ela reduz gargalos recorrentes, diminui retrabalho, melhora prazos, padroniza comunicação, acelera decisões com mais consistência. Isso acontece quando a IA entra conectada a processo, rotina e medida de resultado. É produtividade organizacional. A pergunta que coloca você no trilho certo é bem objetiva: “Isso vai melhorar a empresa ou só vai deixar alguém mais rápido hoje?” Se a resposta for “só hoje” , tudo bem. Mas trate como experimento controlado. Se a resposta for “vai melhorar a empresa” , então você precisa do mínimo de responsabilidade para a coisa escalar sem quebrar a confiança. Em operação crítica, “começar pequeno” não significa “começar solto” Muita gente ouve “comece pequeno” e traduz como “qualquer um começa de qualquer jeito” . Em ambientes críticos, começar pequeno precisa significar outra coisa: começar seguro , com escopo curto, impacto real e regras simples. 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A IA pode ajudar a transformar rascunhos em textos mais claros, sugerir estrutura, padronizar linguagem e identificar lacunas. O segredo é simples: ela não “autoriza”; ela ajuda a escrever. Quem valida é o time. Triagem de demandas e classificação de tickets Antes de automatizar respostas, você pode automatizar organização. Classificar tipos de solicitação, identificar urgência, sugerir responsáveis, apontar provável causa. Isso reduz caos na fila e melhora tempo de resposta sem mexer diretamente em sistemas sensíveis. Base de conhecimento interna com curadoria Em operações corridas, perguntas se repetem: como liberar acesso, como abrir chamado, como registrar incidente, como seguir um procedimento. A IA pode facilitar busca e resposta usando conteúdos aprovados, desde que haja controle de acesso e curadoria. Aqui, o “seguro” não é a tecnologia — é a disciplina de manter a base confiável. Apoio ao comercial e ao atendimento com limites claros A IA pode ajudar a estruturar propostas, organizar argumentos, adaptar linguagem. Mas o limite precisa ser inegociável: não alimentar a IA com informações confidenciais ou dados de clientes sem política definida. Dá para fazer bem com modelos prontos e um padrão de conteúdo. Identificação de padrões de retrabalho e gargalos, usando dados não sensíveis Às vezes, o problema não está no “fazer”. Está no “refazer”. A IA pode ajudar a enxergar recorrências: onde mais dá erro, onde mais volta, onde mais trava. Isso orienta melhorias de processo que liberam tempo real. Veja o ponto comum entre todos esses usos: eles começam melhorando comunicação, organização e consistência — sem pedir que você reconstrua o mundo, nem jogue risco para debaixo do tapete. 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Se acesso é frouxo, a IA apenas acelera o aperto. Registro do uso em áreas sensíveis Não precisa ser um tribunal. Precisa ser rastreável. Quando algo der errado, você precisa conseguir entender o caminho: o que foi feito, por quem e com qual objetivo. Isso protege a empresa e também protege as pessoas. Revisão humana em pontos críticos Em áreas sensíveis, a IA não pode ser “quem decide”. Ela pode sugerir. Ela pode resumir. Ela pode organizar. Mas decisões que afetam cliente, segurança, risco ou compliance precisam de validação. Isso é maturidade, não desconfiança. O resultado dessa governança leve é simples: você cria segurança para a adoção crescer sem virar “terra de ninguém” — o que costuma acontecer quando a empresa tenta ser moderna… mas esquece que modernidade sem disciplina vira acidente. Legado e integrações frágeis: como evoluir sem quebrar a operação Em ambientes críticos, o legado não é um vilão. Ele é o que mantém a empresa trabalhando. O problema é tratar esse legado como se fosse um aplicativo novo, pronto para integrações perfeitas e mudanças rápidas. Aqui, o caminho mais responsável é reduzir acoplamento. Ou seja: antes de conectar IA diretamente em sistemas críticos, você começa com etapas mais “externas” e controladas. Você melhora a entrada, a organização e a qualidade do que chega no sistema — e só depois mexe no sistema. Pense como uma reforma com a casa em pé: primeiro, você arruma o fluxo, tira o entulho, melhora o acesso, organiza ferramentas, padroniza procedimentos. Só depois você quebra a parede. Uma boa regra prática é: quanto mais crítico o sistema, mais controlada precisa ser a automação . Isso não é medo; é engenharia de confiança. Você pode acelerar o que está antes e depois do sistema sem tocar no coração do legado no primeiro movimento. ROI sem mágica: como mostrar valor Se o conteúdo que você vai produzir não ajudar o leitor a justificar investimento, ele vira inspiração bonita e morre na gaveta. O ponto não é prometer “revolução”. É mostrar como medir ganhos reais. Um modelo simples funciona bem para PMEs: Você estima o tempo que está sendo gasto em atividades repetitivas e com retrabalho. Você transforma isso em custo (tempo x custo/hora). Você soma impactos de qualidade (erros, retrabalho, atrasos) e impactos de negócio (atendimento mais lento, proposta que demora, perda de oportunidade). E então você compara isso com o custo de adoção: ferramenta, implantação, treinamento e o mínimo de governança. O segredo do ROI responsável é não esconder custo “invisível”. Porque, em ambiente crítico, o custo invisível vira o mais caro: retrabalho, incidentes, perda de confiança, ruído entre áreas, risco de vazamento, desgaste da equipe. Quando você apresenta o ROI dessa forma, a conversa sai do “vamos usar IA porque todo mundo usa” e entra no “vamos usar IA onde faz sentido e onde conseguimos controlar”. Cultura digital: o motor que mantém a IA útil depois do encanto inicial Aqui é onde muita empresa erra. Ela acredita que IA é uma mudança de ferramenta. Na prática, é uma mudança de comportamento. Sem cultura digital, acontecem dois extremos igualmente ruins. No primeiro, a empresa reage com resistência. Ninguém usa, porque “isso vai dar problema”, “isso é modinha”, “isso não é para nós”. O resultado é ficar para trás — e continuar sobrecarregado. No segundo, a empresa vira anarquia. Cada um usa do seu jeito, do seu lugar, para o seu objetivo. O resultado é o risco espalhado — e uma operação inconsistente. Cultura digital madura é equilíbrio: autonomia com responsabilidade. E isso se constrói com coisas simples: exemplos aprovados, boas práticas claras, treinamento leve e constante, e alinhamento entre áreas. Não é um grande evento. É rotina. Uma boa prática é criar um “playbook” curto de uso, com exemplos do que pode e do que não pode, e um repertório de modelos prontos para cada área. Quando você entrega o caminho, você reduz improviso. E improviso é o que mais dói em prazo curto. O que não se deve fazer Se você vai escrever um conteúdo responsável, precisa dizer com clareza onde não começar. Não comece automatizando decisões de alto impacto sem revisão humana. Não comece colocando dados sensíveis em ferramentas sem regra e sem controle. Não comece conectando automações direto em sistemas críticos sem pensar em rollback, validação e exceções. E não comece tratando a IA como fonte final de verdade. Esses “nãos” não existem para travar inovação. Eles existem para proteger a operação e permitir que a IA vire aliada, não risco. Conclusão Sim, PMEs tendem a adotar IA com velocidade. E isso pode ser uma vantagem brutal, especialmente quando o time é enxuto e a demanda só cresce. Mas em ambientes críticos, velocidade sem responsabilidade é só uma forma diferente de atraso, já que mais cedo ou mais tarde o custo aparece. O caminho mais sólido é simples de entender: começar por casos de uso seguros, estabelecer um mínimo de regras, melhorar processos e comunicação, respeitar o legado e criar cultura digital para sustentar a evolução. Isso transforma IA de “atalho” em capacidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post! Caso você tenha ficado com alguma dúvida, entre em contato conosco , clicando aqui! Nossos especialistas estarão à sua disposição para ajudar a sua empresa a encontrar as melhores soluções do mercado e alcançar grandes resultados ! Para saber mais sobre as soluções que a CSP Tech oferece, acesse: www.csptech.com.br .
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